Sirene de alarme em Ribeiradio marcou início de mega simulacro na região

5921
Exercício Cascade (buscas). Foto do Município de Albergaria-A-Velha.
Smartfire 728×90 – 1

Ao segundo dia, a Região de Aveiro entrou no mapa das ocorrências do exercício europeu de proteção civil Cascade 2019, o maior alguma vez realizado em Portugal que se prolonga até 1 de junho.

Os meios envolvidos, entre bombeiros, pessoal do INEM, unidades hospitalares, autoridades policiais, empresas e outras entidades, foram ‘colocados à prova’, durante esta quarta-feira, em simulacros de acidentes e catástrofes naturais em vários concelhos.

Na zona serrana de Sever do Vouga, pelas 14:14, ouviu-se o toque da sirene de alarme na barragem de Ribeiradio/Ermida onde as “condições meteorológicas adversas” e um “problema técnico” obrigaram à abertura das três comportas.

A simulação incluiu diversas atividades operacionais, com “resgate de vítimas de inundação e colapso de estruturas” que obrigaram a “busca e salvamento” a cargo de duas equipas cinotécnicas.

No total, o balanço da Proteção Civil Distrital de Aveiro deu conta de duas vítimas mortais e 32 pessoas assistidas, das quais duas tiveram de ser transportadas ao hospital de Aveiro.

As autoridades criaram uma ‘Zona de Concentração e Apoio’ dirigida à população de Pessegueiro do Vouga. No terreno, estiveram empenhados na ocorrência 71 operacionais e 34 veículos.

A abertura das comportas teve consequências no caudal do Rio Vouga, com a necessidade de proceder ao resgate de vítimas de inundação e colapso de estruturas em Albergaria-a-Velha .

As operações envolvendo 56 operacionais e 12 veículos foram concentradas em Valmaior, onde existe registo de 42 assistidos e duas pessoas transportadas ao hospital de Aveiro, sem vitimas mortais. A Proteção Civil criou uma segunda ‘Zonas de Concentração e Apoio’ à população local.

O ponto de situação faz referência também ao “resgate de vítimas de inundação e colapso de estruturas” em Macinhata do Vouga, Águeda, com uma ocorrência, também, de desencarceramento em acidente rodoviário. No total, 35 pessoas foram assistidas. Duas vítimas seguiram para o hospital de Aveiro, sem mortes.

Ocorreram danos na Estação de Tratamento de Água do Carvoeiro, que obrigaram a requerer apoio com recurso a módulo de descontaminação de água das Forças Armadas e outro alemão (a funcionar em Albergaria-a-Velha). 51 operacionais e 13 veículos estiveram no ‘teatro de operações’.

Incêndio a bordo do ferry-boat e acidente com pesados de transporte de matérias perigosas

Em Aveiro, o cenário do simulacro tinha a ver com condições meteorológicas adversas, com início pelas 14:30.

Os meios de socorro foram ativados para um incêndio a bordo do ferry-boat que liga Aveiro a S. Jacinto, que obrigou a “busca e resgate por botes em ambiente aquático e com mergulhadores”.

15 vítimas seriam resgatadas, oito das quais na água (três já cadáveres). Cinco vítimas foram assistidas na Unidade de Saúde de S. Jacinto e oito transportadas ao hospital de Aveiro.

Tornou-se necessário a intervenção da Polícia Judiciária por suspeitas de incêndio. 88 operacionais e 26 veículos estiveram empenhados no acidente, incluindo um módulo belga com resgate aquático.

Em Ílhavo, os meios estiveram envolvidos num acidente entre dois veículos pesados de transporte de matérias perigosas e veículo ligeiro com cinco vítimas, duas das quais mortais, e que obrigou a “contenção de derrame”. 124 operacionais, incluindo modulo Francês de matérias perigosas, responderam ao alerta.

Também em Ílhavo, pelas 15:00, ocorreu um incidente de poluição marítima, que levou a Capitania do Porto de Aveiro a ativar meios de contenção e limpeza.

Equipas de apoio psicológico da Segurança Social

Ao princípio da noite, a Proteção Civil Distrital informava que no tocante à abertura das comportas da barragem “a situação tende para a normalidade” e os acidentes estavam “em resolução”.

Todas as pessoas foram resgatadas, sem registo de desaparecidos. Nas ‘Zonas de Apoio à População’ as equipas de apoio psicológico da Segurança Social continuavam ativas.

Durante esta quinta-feira, o exercício irá prosseguir com atenção especial à zona portuária, com simulação de acidentes “simultâneos” com derrame de matérias perigosas, incêndio industrial e explosão. Ao final da manhã, o local será visitado por um grupo de observadores internacionais.

Artigos relacionados

Proteção Civil / Exercício ‘Cascade 2019’: Tudo o que podia correr mal vai correr ainda pior

‘Cascade 19’ testa resposta à abertura de emergência das comportas de Ribeiradio

Publicidade, Serviços & Donativos