Aveiro: Câmara nega “cortes radicais” de árvores

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Obras na Rua da Pega, Aveiro.

O parque arbóreo da cidade de Aveiro continua na ordem do dia dando azo a discussão político partidária local.

Ana Seiça Neves, vogal do PS na Assembleia Municipal de Aveiro, aproveitou a reunião de quarta-feira passada para levantar novamente o assunto.

“Por que é que as árvores são cortadas na Rua da Pega”, questionou referindo à intervenção em curso para requalificar aquela via ribeirinha contígua ao campus universitário.

“As pessoas andaram a verificar, não viram bicho ou escaravelho. Leva a cortes radicais que não entendemos. Entendemos as palmeiras do Rossio, que tinham escaravelho vermelho, era complicado, o resto não”, afirmou a eleita socialista.

“A sacralização da árvore é tão absurdo como tratá-las de forma indigna” – Ribau Esteves

O presidente da Câmara afastou razões para tanta polémica localmente sobre o corte e manutenção de árvores. “Temos de ter calma. Qualquer dia, torna-se um pequeno inferno, toda a gente é especialista em tudo”, criticou, garantindo que a intervenção na Rua da Pega envolveu desde os projetistas a técnicos da Câmara e uma equipa técnica da universidade “árvore a árvore, uma a uma”.

“As decisões de abate foram tomadas por razões sanitárias ou de árvores que estavam no sítio errado. Hoje o espaço urbano é em primeiro lugar para as pessoas. No passeio da Rua da Pega não era possível andar a pé, era uma tormenta”, explicou Ribau Esteves.

“Temos de ser razoáveis, a sacralização da árvore é tão absurdo como tratá-las de forma indigna, tem de haver equilíbrio”, acrescentou.

O autarca garantiu que o projeto contempla “mais árvores, numa lógica positiva”. A universidade quis substituir as palmeiras por pinheiros mansos, por causa das pragas, “mas a opção da Câmara foi vamos andando e vendo”, disse Ribau Esteves.

“Temos de ter atitude tranquila e séria, tirar árvores do sítio errado e plantar árvores novas é um ato positivo de qualificação urbana, segurança e conforto para as pessoas circularem. Não pode ser a loucura total, que está tudo errado. Está tudo maluco ? Uma árvore é mais importante que uma criança ou idoso ? É preciso equilíbrio. O Homem é o elemento central”, concluiu.

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