Homem acusado de sete fogos florestais em Águeda remete-se ao silêncio em tribunal

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Tribunal de Aveiro.
Comercio 780

Um indivíduo de 45 anos residente em Serém de Baixo, concelho de Águeda, antigo bombeiro voluntário, que está acusado da autoria de sete crimes de incêndios florestais ocorridos em locais próximos da residência durante o ‘pico’ do verão do ano passado, remeteu-se ao silêncio no início do julgamento no Tribunal de Aveiro

“Já respondi em tribunal e na PJ, não tenho mais nada a dizer”, limitou-se a referir.

Os fogos foram ateados entre julho e agosto junto em zonas de mato próximas de pavilhões de empresas e também de residências na freguesia de Macinhata do Vouga, existindo provas que, em alguns casos foi utilizado álcool e gasolina como líquido acelerante.

Segundo a acusação, os incêndios só não atingiram grandes proporções  graças à pronta intervenção dos bombeiros.

A Polícia Judiciária (PJ) obteve imagens de câmaras de vídeo vigilância que permitiram fazer a identificação do arguido que está a ser julgado.

A requerimento do Ministério Público, o tribunal decidiu ouvir a gravação das declarações prestadas pelo arguido aquando do primeiro interrogatório judicial.

Como a gravação do interrogatório judicial reproduzida em tribunal era praticamente impercetível na parte inicial das declarações do arguido, a juíza presidente solicitou que fosse verificado pelos serviços se o registo está inaudível na totalidade e para não se perder tempo em audiência prosseguiu com as testemunhas arroladas.

Nos depoimentos feitos à PJ, o indivíduo que está a ser julgado assumiu apenas a autoria de um incêndio no mês de maio anterior, que não figura nos casos ocorridos entre julho e agosto, segundo referiu um dos inspetores envolvidos na investigação. “Disse que tinha sido acidental, quando atirou a ponta do cigarro”, adiantou.

Desde 2017 que as autoridades policiais suspeitavam do arguido e de um seu irmão, que também chegou a ser detido no ano passado, de fogos postos nas localidades de Paus e Alquerubim (Albergaria-A-Velha), mas nunca foram recolhidas provas concretas para incriminar a dupla.

No verão passado, os irmãos foram alvo de vigilância, tendo sido filmados por câmaras de vídeo vigilância nas zonas florestais próximas das instalações industriais com a mesma bicicleta e a mesma roupa usada, que seriam apreendidas, admitindo-se que os fogos tenham sido ateados à vez pelos arguidos.

De acordo com o inspetor da PJ, os suspeitos estavam separados das mulheres, viviam juntos e eram referenciados localmente por problemas de alcoolismo. Quando abordados nas vigilâncias policiais em zonas florestais diziam que andavam a apanhar lenha.

O arguido que está a ser julgado foi bombeiro voluntário em Albergaria-A-Velha durante alguns anos, tendo sido dispensado devido à adição alcoólica.

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