CDS, o que penso

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Francisco Rodrigues dos Santos, congresso do CDS em Aveiro.
Comercio 780

Se queremos um partido forte, tal como afirmou Francisco Rodrigues dos Santos, importa fazer das ruas o escritório, ouvindo os cidadãos.

Paulo Marques *

No rescaldo de mais um Congresso, no qual tive orgulho em participar, vivido em tempos de dúvidas e incertezas, preocupações quanto ao futuro do Partido, importa uma breve e simples reflexão quanto ao que se espera do CDS PP, em termos nacionais, bem como locais.

Globalmente, o teor discursivo dos candidatos foi de renovação, unificação e esperança de que a reafirmação no contexto político nacional será uma realidade a curto prazo. Afinal, o que se deseja de uma nova direção, independentemente dos líderes e do estilo político de cada um.

Entendo que fazer qualquer consideração sobre candidatos ou conteúdos programáticos apresentados aos congressistas, seria, no mínimo, deselegante, para não dizer extemporâneo, pela simples razão de que essa análise ou reflexão foi feita dentro de portas, no tempo e no lugar certo, entre congressistas.

Em Congresso Nacional ficou decidido que o novo líder do Partido, Francisco Rodrigues dos Santos, “Chicão” para os mais próximos, sucede a Assunção Cristas, tendo como objetivo principal relançar o CDS PP no mapa político nacional, após o último desaire eleitoral, nas últimas Legislativas. Uma tarefa difícil, mas não impossível, como prova a História do CDS PP.

O Partido apresenta-se aos militantes e simpatizantes, bem como ao eleitorado, com uma nova liderança, dependendo dela e da equipa, o relançamento do partido.
Freitas do Amaral, Lucas Pires, Adriano Moreira, Manuel Monteiro, Ribeiro e Castro, Paulo Portas e Assunção Cristas, tal como afirmei no discurso de boas vindas aos congressistas, o candidato que fosse eleito seria “O PRESIDENTE” do CDS PP, logo, o meu e o de todos os militantes que querem o bem do CDS.

E para que fique claro, para que ninguém ouse dizer que me escondo, porque não esqueço o passado, porque lutámos lado a lado procurando o melhor para o partido, votei João Almeida.

Desconhecendo, pessoalmente, tanto o Filipe como o Francisco, a amizade com o João também foi um dos vários critérios que me levaram a votar nele. Não era agora que lhe iria voltar as costas. Se há valor democrata cristão que prezo, é a lealdade.
Como não poderia deixar de ser, tal como tantos outros militantes que estiveram ao lado da Assunção, cumprimentei, naturalmente, no fim dos trabalhos, o novo Presidente, desejando o maior sucesso na condução dos destinos do CDS PP.

Noutro âmbito de apreciação, apesar da presença de cerca de 1160 delegados no Congresso, refletindo um dos maiores índices de participação dos últimos anos e tendo em consideração que a militância, em Dezembro de 2019, ultrapassou a barreira dos 40 000 apoiantes ativos, registados na base de dados do partido, estes números não escondem nem disfarçam a resposta do eleitorado face à actuação do partido.

Dito de outra forma, cabe ao eleitorado avaliar a estratégia, os objetivos, as decisões e a forma de implementação das políticas do CDS PP, o grau de influência, congruência e convergência das decisões, a consciência política, económica e social das mesmas.

Perante os factuais 4.22% obtidos nas Legislativas de 2019 impera a necessidade de uma reflexão profunda, ao nível nacional, mas também ao nível das bases.
Se queremos um partido forte, tal como afirmou Francisco Rodrigues dos Santos, importa fazer das ruas o escritório, ouvindo os cidadãos.

Mas também as ruas deverão ser os escritórios das Comissões Políticas Distritais e Concelhias, pela principal razão de que representam a proximidade do partido aos militantes, nunca esquecendo os cidadãos em geral, partidários e apartidários, mundo empresarial, associativo, verdadeiros representantes da massa crítica, a quem, mais do que os partidos e os políticos, interessa, uma resposta eficaz e eficiente para os problemas do dia a dia.

Em boa verdade, por vezes os órgãos nacionais estiveram desatentos às indicações das bases do partido, nem sempre ouviram os alertas, as chamadas de atenção, escudando-se a liderança máxima na legitimação do poder conferido em Congressos nacionais, ao longo de 45 anos de história democrática do CDS.

Quanto ao panorama local, é público que Jorge Pato, Presidente da Comissão Política Distrital, não se recandidatará a um novo mandato e que Gonçalo Caetano Alves, após término do seu mandato, dentro de poucos meses, também não reassumirá a Presidência da Concelhia de Aveiro.

O que penso… tanto ao nível distrital como concelhio, importa encontrar soluções de liderança consensuais, preferencialmente personificadas por lideranças fortes, em que listas únicas seriam exemplo de congregação de esforços, de união e não de mesquinhas lutas pelo poder, que em nada contribuem para o crescimento do partido.

Paulo Marques.

* Vice – Presidente da Comissão Política Concelhia de Aveiro.

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