Uma nova estratégia para o sector do calçado

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Fábrica de calçado (arquivo).
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A indústria portuguesa de calçado exporta mais de 95 por cento da sua produção para 172 países nos cinco continentes. O cluster, que representa mais de 40 mil postos de trabalho, terá ultrapassado em 2022 um novo máximo histórico em matéria de comércio internacional, ascendendo as exportações aos 2.300 milhões de euros (crescimento estimado de 20 por cento face ao ano anterior).

Por Luís Onofre *

Não obstante um contexto de forte afirmação do setor no exterior, nesta fase são vários os fatores que elevam o clima de incerteza, em especial a escassez de mão-de-obra qualificada, o aumento acentuado da inflação e seus reflexos na política monetária, a emergência de novos canais de distribuição, a afirmação
de novos concorrentes, as alterações nas preferências dos consumidores, as incertezas sobre a evolução do consumo e a disrupção nas cadeias de abastecimento internacionais, entre outros.

Por esse motivo, nos últimos meses, as equipas da APICCAPS, do Centro Tecnológico do Calçado e da Universidade Católica analisaram a informação disponível, reuniram com um vasto conjunto de empresários, visitaram empresas e trabalharam com entidades da administração pública para concretizar o Plano Estratégico para a próxima década.

Ainda que a indústria de calçado seja um dos setores com maior intensidade exportadora da nossa economia e o calçado seja o segundo produto mais exportado por Portugal, não nos podemos resignar a um modesto lugar no pódio. Com a apresentação do novo Plano Estratégico, renovamos a nossa ambição.

“Ser a referência internacional da indústria de calçado e reforçar as exportações portuguesas, aliando virtuosamente a sofisticação e criatividade com a eficiência produtiva, assente no desenvolvimento tecnológico e na gestão da cadeia internacional de valor, assim garantindo o futuro de uma base produtiva nacional, sustentável e altamente competitiva” é a visão do cluster português de calçado para 2030.

Por isso, os desafios que nos impomos são grandes. Ao longo da próxima década procuraremos atrair e qualificar recursos humanos, desenvolver tecnologias de
ponta para tornar o setor mais flexível e eficiente, tornar a indústria mais sustentável e, finalmente, reforçar a nossa presença nos mercados internacionais. Só assim este conjunto articulado de investimentos produzirá os resultados desejados.

O cluster do calçado tem uma história e um legado de que se orgulha, construídos com a dedicação e o esforço dos seus empresários, dos seus trabalhadores e da excelente rede institucional de suporte. No futuro não poderá ser diferente.

* Presidente da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de pele e seus sucedâneos. Artigo publicado originalmente na revista PortugalGlobal de fevereiro de 2023.

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