UA alarga patente de técnica de reciclagem avançada para ‘remoção de terras raras’

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Cascas para recuperacão de terras raras (Universidade de Aveiro).
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A Universidade de Aveiro (UA) requereu a patente internacional de uma tecnologia que permite a remoção de ‘terras raras’ recorrendo a cascas de frutos secos, anunciou a instituição em comunicado.

O pedido, elaborado com apoio da UACOOPERA, a unidade de transferência de tecnologia da UA, “concretiza os desígnios da economia circular, utilizando um resíduo agroalimentar na valorização de diferentes tipos de resíduos”.

A remoção permite recuperar “uma matéria-prima essencial para a produção de componentes eletrónicos.”

Segundo o comunicado, a grupo de investigação com membros do Rede de Química e Tecnologia (REQUIMTE) e do CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro, na UA, liderado por Eduarda Pereira, professora do Departamento de Química, desenvolveu a tecnologia que utiliza biossorventes derivados de cascas de frutos secos, tais como cascas de noz, avelã, pistacho, amêndoa e amendoim para a recuperação de elementos ‘terras raras’ em resíduos aquosos provenientes da lixiviação de ‘lixo eletrónico’, tais como telemóveis, computadores, baterias e lâmpadas em fim de vida , ou resíduos hospitalares, entre outros.

“O método já tinha sido objeto de um pedido provisório de patente em Portugal”, adianta a UA.

Os elementos ‘terras raras’ são considerados matérias-primas críticas devido ao seu elevado valor económico, reduzido número de fontes e vasta gama de aplicação (elétrica e eletrónica, medicina, energia verde, entre outras). Por isso, “será vantajoso, crucial até, a sua separação e reciclagem, com vista à reutilização industrial, constituindo este método uma fonte de terras raras alternativa à extração mineira.”

Discurso direto

“Esta tecnologia, assente em produtos naturais, apresenta uma elevada eficiência na recuperação destes elementos, com menor custo e menor impacto ambiental que as soluções existente. Este processo tira partido da utilização de resíduos da indústria alimentar que não apresentam valor comercial, permitindo assim a sua valorização para remover e recuperar elementos de terras raras, mostrando grande capacidade de remoção destes elementos quando presentes em meios aquosos, numa gama alargada de pH, salinidade e com diferentes concentrações dos elementos a recuperar” – Eduarda Pereira, coordenadora do projeto.

Outros projetos

O grupo de investigação da UA tem experiência na recuperação de compostos químicos a partir de meios aquosos, de modo a gerar matérias-primas para processos industriais e outras aplicações, e melhorar a qualidade da água.
Alguns dos seus membros são inventores de uma patente nacional concedida, que protege a tecnologia que utiliza macroestruturas de óxido de grafeno na remoção de metais pesados em águas contaminadas, e participam num projeto de copromoção que explora uma tecnologia que recupera terras raras dos efluentes industriais e do lixo eletrónico, recorrendo a macroalgas marinhas vivas.

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