Uma fuga na rede de saneamento doméstico na praia da Costa Nova lançou durante mais de quatro horas consecutivas esgoto e dejetos de cheiro pestilento nas águas da Ria de Aveiro junto ao Cais da Mota.
Esta situação, denunciada pelos operadores turísticos que atuam no local, motivou uma queixa junto da Guarda Nacional Republicana, que por sua vez desencadeou uma ação junto da AdRA (Águas da Região de Aveiro), que interveio para por fim ao incidente.
Um dos operadores que contactou o MARIA – Movimento de Amigos da Ria de Aveiro indicou que esta situação é recorrente no período do Verão e lamentou os prejuízos que estes incidentes causam a sua atividade.
“Não faço ideia de onde provêm estes dejetos lançados nas águas da Ria através da rede de drenagem das águas pluviais, mesmo debaixo do nosso nariz, mas asseguro que o cheiro é de tal maneira insuportável que não há ninguém que se aproxime do cais”, disse.
O empresário indicou também que os colaboradores da AdRA, quando chegaram ao local, se limitaram “a fechar uma válvula” para colocar um ponto final nas descargas, o que permite concluir que não se tratou de um caso acidental, mas antes de uma ação premeditada para libertar uma eventual sobrecarga da rede de esgotos nesta época do ano.
“Estas situações – alertou – são incompatíveis com o turismo, cuja atividade tem sido tremendamente penalizada desde há dois anos a esta parte devido à pandemia, e podem determinar a interdição da captura de bivalves e outras espécies, com grandes prejuízos para a comunidade piscatória”.
O MARIA, através dos meios ao seu dispor, vai solicitar um esclarecimento à empresa Águas da região de Aveiro, responsável pela gestão e operação da rede de esgotos no concelho de Ílhavo.
MARIA – Movimento de Amigos da Ria de Aveiro
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