Pescadores que morreram em São Jacinto são do Norte do País

15547
Molhe norte do Porto de Aveiro (imagem RTP).
Comercio 780

Os três pescadores lúdicos que morreram esta manhã, na praia de São Jacinto, arrastados por uma vaga mais forte que galgou o molhe norte da barra do Porto de Aveiro, eram residentes em localidades do Norte do País e tinham idades a rondar os 55 anos.

Os cadáveres foram transportados para o Gabinete Medico-Legal de Aveiro afim de serem autopsiados, tendo sido contactadas as respetivas famílias.

Um quarto pescador, que deu o alerta pelas 10:45, apesar de atingido pela onda, conseguiu sair ileso.

Dois dos três homens terão sido projetados violentamente para as pedras do molhe e caíram no mar. Seriam resgatados das águas já sem vida pelos meios da Polícia Marítima e ‘Estação Salva Vidas’, com apoio dos Bombeiros Novos.

O terceiro cadáver esteve desaparecido, tendo sido recuperado ao fim de duas horas de buscas.

Os falecidos (de 54, 55 e 56 anos) eram residentes nos concelhos de Gaia e Valongo.

Inúmeros pescadores aproveitaram “a melhora das condições” do tempo para pesca apeada no molhe norte, um dos principais spot’s de São Jacinto, relatou o comandante da Capitania do Porto de Aveiro, Carlos Isabel.

“Num momento, tudo indica, de menos precaução”, três deles foram colhidos por uma vaga que galgou o farolim e varreu toda a base do molhe, apanhando o terceiro homem que estava na pesca lúdica apeada.

“Trata-se de uma zona devidamente sinalizada como perigosa pelo Porto de Aveiro, para que as pessoas não coloquem em risco a vida, mas há pessoas mais precavidas e outras menos”, lamentou o comandante da Capitania.

Os pescadores procuram a zona do molhe norte, nesta altura do ano, sobretudo, em busca de robalos.

O acesso passou a ser feito, desde  o verão passado, também por um estradão contíguo à antiga base, atual RI10.

“Nem tivemos tempo de fugir”

As circunstâncias, em concreto, do incidente – a primeira tragédia mortal deste género no molhe norte – serão investigadas no âmbito do inquérito entretanto aberto pela autoridade marítima.

Com a barra aberta, é permitido a pesca nos molhes. O sobrevivente assumiu que os pescadores foram apanhados de surpresa pela onda. “Estava tão bom, tão bom, e de repente nem tivemos tempo de fugir”, contou às autoridades.

“O molhe norte é muito falso”

“Deviam estar a pescar à bóia, o que obriga a encostar ao mar, para ver a bóia no mar. Por vezes acontece uma onda mais forte, quando muito apanha-se um banho. As pessoas experientes não arriscam, como parece que estavam a arriscar. O molhe norte é muito falso. Alguns pescadores não quiseram ficar ali hoje, um grupo regressou. Estamos num período de vagas muito altas, tem ondas com muita força.”, explicou um pescador que conhece bem a zona.

(em atualização)