No Beira-Mar “parece que é tudo grande, mas é uma casca de ovo e por dentro é tudo mole”

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Cajó, treinador do Beira-Mar.
Comercio 780

O treinador do Beira-Mar, que vai deixar o comando da equipa após a Supertaça, valorizou a conquista do principal campeonato distrital pelas dificuldades enfrentadas ao longo da época. E não só as causadas pelos adversários em campo, mas também devido à falta de condições do clube.

“Quando uma equipa joga contra o Beira-Mar, pela sua história e nome, tem uma motivação grande, como acontecia quando o Beira-Mar jogava contra os grandes. É um fator extra, há equipas que parecem outras quando jogam contra nós”, referiu Cajó numa entrevista dada ao espaço rádio da Sintonia Feirense (Santa Maria da Feira).

Fazendo uma comparação com a campanha do Lourosa da época passada, que subiu ao Campeonato de Portugal, o técnico lembrou que o Beira-Mar consegue superar em pontos, com menos golos sofridos e está perto de marcar mais, faltando uma jornada (receção ao Esmoriz).

No programa de rádio que dá destaque às equipas feirenses, que incluiu o reslcaldo da vitória do Beira-Mar em Lamas (1-2), Cajó elogiou a competitividade das equipas locais. “Gosto muito como se vive a norte as emoções do futebol”, disse.

Embora continuando a remeter comentários sobre a saída do Beira-Mar para o final da Supertaça, o ainda treinador aurinegro fez questão de contextualizar o trabalho de três anos à frente da equipa que vai deixar nos ‘nacionais’.

“Para fora não passa a realidade, parece que é um clube de grande dimensão, pelo seu nome. A verdade é que em condições de treino devemos ser das equipas com menos condições”, lembrou nas declarações à Sintonia Feirense.

Em certas ocasiões, a equipa principal dividiu o ‘velhinho’ Mário Duarte “com um relvado deficiente” com a formação. Quando ficava “impraticável”, recorreu-se ao campo de futebol de sete do seminário, “bastante pequeno e só durante uma hora”. Aconteceu em “treinos importantíssimos, à sexta-feira”.

“Às vezes parece que é tudo grande, mas é um bocadinho uma casca de ovo e por dentro é tudo mole”, afirmou Cajó, repetindo a recomendação deixada aos dirigentes quando foi decidido não prolongar o vínculo: “Deixei um conselho para manterem os pés assentes na terra e quando tiverem o complexo desportivo pensarem em continuar a crescer”.

“Com a nossa subida, no plano desportivo demos um passo para o qual o clube não está preparado, a nível de infraestruturas e da sua própria estrutura. O Beira-Mar tem muitas fragilidades, de tudo o que rodeia o futebol”, alertou.

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