Guião para o novo Governo de Portugal

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AECA.
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A AECA não é favorável à governação por decreto (como infelizmente aconteceu nos últimos anos com o aumento progressivo do salário mínimo nacional, sem ligar à produtividade e sem ouvir as empresas), e recomenda ao governo “mudar o chip” e partir para o diálogo franco e aberto.

Por Associação Empresarial de Cambra e Arouca *

Perante o avolumar de problemas que se encontram no horizonte das empresas, a Associação Empresarial de Cambra e Arouca – AECA decidiu criar e enviar um guião ao novo Governo que tomará posse brevemente e ao Senhor Primeiro Ministro, Dr. António Costa.

Problemas transversais do momento atual que o mundo vive associado a problemas nacionais e a problemas de assimetria regional levaram a esta tomada de posição por parte da Direção da AECA.

O avolumar de problemas com contratação de pessoas para trabalhar nas mais diversas atividades das empresas da região, é grave e é urgente que o Governo mergulhe também no problema, porque este lhe diz imediatamente respeito. Agora as dificuldades estão do lado das empresas, mas logo que estas sintam dificuldades e comecem a definhar, o problema passa diretamente para as mãos do Governo.

Existem soluções pontuais em que cada uma das (maiores) empresas empregadoras estão a tomar e que é a de trazer essas pessoas e as colocar em “alojamentos” próprios, muitas das vezes sem grandes condições, mas esse problema tem que ser, em primeiro lugar, reconhecido como PROBLEMA NACIONAL e em segundo lugar ser resolvido em diálogo com todas as entidades que estão no terreno e que em conjunto podem encontrar as melhores soluções: Estado, Municípios, Associações Empresariais, etc.

As grandes empresas têm meios e possibilidades para trazerem essas pessoas e alojá-las (em que condições, não sabemos…), mas o grosso das PMEs (que são o universo dos associados da AECA) não têm essas condições e estas terão que ser debatidas por forma a poderem ser elaboradas soluções de entre todas as entidades públicas e privadas existentes no terreno.

Não podemos continuar a “assobiar para o lado” e a passar culpas de uns para os outros porque o problema é geral e agudiza-se de dia para dia.
Outro problema que tem que ser debatido e bem debatido com todos os parceiros é o dos custos energéticos.

Não pode nem deve valer tudo em nome do ambiente e da redução das emissões de CO2 porque o mundo é um só e de que adianta, por exemplo, reduzirmos em Portugal, parando centrais a carvão, se os nossos vizinhos Espanhóis aumentam a capacidade das deles para colmatar as nossas falhas?

Deve o Governo tomar essas decisões unilateralmente, sem ouvir os representantes da Economia e das empresas?

É correto encerrar centrais a carvão antes do prazo previsto, sem consultar a “economia real” e sem saber se esta aguenta com a trajetória ascendente que essas decisões, quanto a nós, precipitadas acarretam?

A AECA não é favorável à governação por decreto (como infelizmente aconteceu nos últimos anos com o aumento progressivo do salário mínimo nacional, sem ligar à produtividade e sem ouvir as empresas), e recomenda ao governo “mudar o chip” e partir para o diálogo franco e aberto que nos permita aumentar a nossa “fábrica nacional” vulgo “indústria Portuguesa” com saber acumulado e com tradição, com soluções novas para os novos problemas que surgiram e e que vão continuar a surgir cada vez com maior frequência e que pairam no horizonte como uma ameaça futura.

Testar os limites das empresas com a continuação da governação por decreto (somente para atingir compromissos políticos, sem nenhuma ligação à economia real) parece-nos demasiado perigoso para o futuro do nosso País.

As empresas desta Região representadas pela AECA, têm que enfrentar ainda outro tipo de problemas de contexto mais regional e que derivam, por exemplo, pelo facto de existirem muito poucas habitações disponíveis no mercado e das que existem, serem a preços manifestamente exagerados para o arrendamento social a pessoas que para cá possam vir trabalhar.

Outros que para cá vêm trabalhar diariamente a partir, na sua larga maioria, do grande Porto têm custos acrescidos pelo fator deslocação devido à falta de transportes públicos compatíveis com os horários laborais, o que afunila as opções para o uso de viatura própria, mas estando os combustíveis ao preço que estão, é muito difícil convencer essas pessoas a arriscarem vir para cá trabalhar.

Não temos comboio, não temos metro, não temos transportes públicos compatíveis com o mundo laboral, mas temos empresas que estariam em ritmo de crescimento acelerado não foram todos estes problemas associados à região e aos seus problemas de contexto.

Necessitamos da conclusão da última fase da via estrutural que liga Escariz a Arouca e a ligação do nó de Escariz até ao Rossio e às Zonas Industriais da Farrapa e do Rossio (ligação ao Porto e ao Norte), bem como da variante a Carregosa que permitirá um acesso ao Sul.

Os Municípios por si só podem tentar mas não conseguem resolver sozinho esse problema.

O Governo recentemente eleito com maioria absoluta terá que olhar de forma séria para estes problemas e mais do que isso, tentar minorá-los e/ou resolvê-los desta feita.

Estamos disponíveis para em diálogo com todas as entidades públicas e privadas dar contributos e apresentar soluções que possam servir de alavanca ao desenvolvimento ou que sirva para “desencravar” esse progresso que existiria por si só, não foram estes entraves ao crescimento e ao desenvolvimento normal das nossas empresas.

Somos a “Capital” do aço inox e da automação em Portugal, temos empresas de vanguarda nas embalagens em madeira, no calçado e no têxtil técnico, exportamos mais de 80% do que produzimos em sectores vitais para a nossa economia e estamos com vontade de continuar a crescer e a dar o exemplo.

Temos vontade, temos as ferramentas, necessitamos de pequenas/grandes ajudas de organização e de investimento público para nos ajudarem a crescer e a fazer crescer o nosso País.

* A Direção

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