Concurso de desassoreamento da Ria em momento “complexo”

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Ria de Aveiro.

O presidente da Câmara de Aveiro pediu ao PS prudência ao falar do projeto de desassoreamento da Ria de Aveiro, em fase de concurso público.

O tema foi abordado na última Assembleia Municipal, realizada em São Jacinto, depois de uma intervenção do vogal do PS, Filipe Neto Brandão, dando conta que em meado de outubro serão conhecidos avançaos em torno da maior empreitada da sociedade Polis Litoral Ria de Aveiro.

Segundo o eleito, que é também deputado na Assembleia da República, estarão pré-qualificadas para o concurso público limitado duas empresas, que em meados de outubro serão conhecidas tendo em vista a execução de “uma obra esperada há 20 anos” na região ribeirinha.

Ribau Esteves garantiu que está a par, mas não se mostrou tão confiante. “Fez-me rir, a dar-me notícias sendo eu administrador da Polis. Não dá notícia nenhuma”, começou por referir, lembrando que existem “problemas muito complexos” ainda por resolver num concurso “muito apetitoso e que tem inimigos”.

Por isso, pediu ao PS para “baixar a bandeira” e evitar “baile e foguetes” antes da obra começar.

“Até ao auto de consignação, ainda há muitas formas de parar o processo. A maré não está de feição”, avisou, evitando aprofundar publicamente o tema.

O ministro do Ambiente participou em maio passado, na cidade de Aveiro, no lançamento do concurso limitado por prévia qualificação da empreitada de transposição de sedimentos para otimização do equilíbrio hidrodinâmico da Ria de Aveiro.

O preço base é de 17,65 milhões de euros e o prazo de execução de 15 meses.

A obra compreende o conjunto de operações de dragagem dos fundos dos canais da Ria de Aveiro e de deposição dos sedimentos para reforço de margens em zonas baixas ameaçadas pelo avanço das águas. Uma parte dos sedimentos será também depositada no mar, de forma a reforçar a deriva litoral, contribuindo desta forma para a minimização de riscos, specialmente de erosão costeira.

Está previsto dragar cerca de um milhão de metros cúbicos de sedimentos nos canais de Ovar até ao Carregal e a Pardilhó, da Murtosa até ao Chegado, de Ílhavo / Rio Boco, de Mira, e no Lago do Paraíso e na Zona Central, numa extensão global de 95 quilómetros.

O que irá permitir o reforço das margens em zona baixas ameaçadas pelo avanço das águas para proteção de pessoas e bens, a alimentação de sedimentos ao litoral e a melhoria dos valores naturais e das condições de navegação dos canais.

A ação será financiada pelo POSEUR, com uma comparticipação de 75%, sendo a contrapartida nacional assegurada pelo capital social proveniente do Estado. Estima-se que a obra tenha início no terreno no quarto trimestre de 2018.