Aveiro: PS estranha “muitas inaugurações e maquetes” a pretexto do feriado municipal

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Reunião do executivo camarário de Aveiro.
Comercio 780

O PS fez reparos à visibilidade pública que a maioria PSD-CDS tem dado nos últimos dias a ações diversas, nomeadamente nas freguesias, com inaugurações e apresentação de projetos complementando a celebração do Dia da Cidade, que se assinala a 12 de maio, feriado consagrado religiosamente à padroeira Santa Joana. Do programa fazem parte, ainda, a sessão solene, assim como eventos culturais e religiosos.

“Constatámos que há neste feriado, e a propósito disso, e bem, muita atividade possível, mas também merece destaque as muitas inaugurações, muitas maquetes, o que não deixa de ser estranho, mas faz parte. É só uma constatação, estávamos à espera, as coisas vão sendo prorrogadas, era algo expetável, mas é muita coisa para uma vez só”, comentou o vereador socialista Manuel Oliveira de Sousa no período antes da ordem do dia da reunião pública.

Nos últimos dias, a Câmara cumpriu dois périplos. Em S. Jacinto, onde teve lugar, entre outras ações, a apresentação local do novo ferry. Seguiu-se Aradas, com a inauguração da renovoada Escola Básica de Verdemilho.

Para sábado, está agendada uma deslocação a Oliveirinha para a inauguração da Unidade de Saúde Familiar e visita à EB Castro Matoso, que irá ser alvo de uma empreitada de remoção de fibrocimento , entre outras paragens.

“Vossa Excelência começa a ver coisas” – Ribau Esteves sobre intervenção do vereador do PS

“Muitas imagens e maquetes ? Vossa Excelência começa a ver coisas”, começou por ironizar o presidente da edilidade em resposta à intervenção do eleito socialista.

A maquete do ferry, que não vai ser exemplo único, uma vez que irão ser feitas mais duas, com o modelo na versão final, foi executada para a apresentação do navio elétrico no estaleiro da empresa vencedora do concurso, no Seixal. “É para que as pessoas conheçam, não é uma obra que se vê na rua”, explicou Ribau Esteves, lembrando que é habitual na náutica serem criados modelos de embarcações.

O projeto do ferry já foi entregue pelo vencedor do concurso dentro do prazo, na última semana de abril, estando agora em análise.

A maquete esteve recentemente exposta em S. Jacinto, numa visita da Câmara, para apresentação aos residentes da freguesia.

Ainda na resposta ao vereador do PS, Ribau Esteves deixou passar uma nota de estranheza, revelando “dificuldade em entender” que o presidente da Junta, António Aguiar, “nem publicamente, nem na Assembleia Municipal, teve uma palavra sobre o ferry elétrico, que vai existir porque há S. Jacinto.”

O edil explicou que “muitas obras” não estão a merecer inauguração mas apenas “assinalamento”. Aconteceu em S. Jacinto, com a colocação da placa do cais dos pescadores com referência ao programa MAR 2020, entidade financiadora, uma obrigação legal neste tipo de empreitadas.

Na rua do Gravito irá suceder o mesmo. A obra está pronta desde final do ano passado, não foi inaugurada, respeitando as regras de combate. “Caso contrário, teríamos feito uma festança, é uma obra importante e de grande qualidade, até com porto do espeto e baile”, comentou.

A conclusão das obras em 12 blocos de habitação social de Santiago será assinalada, também, apenas com placas do programa financiador.

“Ficava mais incomodado se o PS dissesse que acabamos o mandato sem inaugurações, uma miséria, sem nada para os cidadãos. Mas há muita obra e trabalho que melhorou a qualidade de vida”, afirmou Ribau Esteves.

Falta de convite para assistir à apresentação da maquete

O ‘bate papo’ levou ainda o vereador Manuel Oliveira de Sousa a relacionar os silêncios do autarca de S. Jacinto, eleito pelo PS, sobre o ferry  “com a falta de convites” para apresentação do ferry e mesmo ausência de “informação institucional, em espaço adequado e não pela comunicação social, que deixa as pessoas na dúvida sobre o dizer”.

“A apresentação é tão democrática que até fizemos num município comunista, com presença do meu colega, que usou da palavra. Não faltarão oportunidades para conhecer a maquete, que está na entrada do Centro Cultural e de Congressos”, respondeu o edil a fechar o debate.

 

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