Aveiro: PS critica “tiques de autoritarismo” da maioria camarária e “abandono das pessoas”

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Executivo camarário de Aveiro.
Comercio 780

O PS de Aveiro criticou a maioria PSD-CDS por antecipar assuntos de deliberações camarárias “antes de serem resolvidos em sede própria”, ou seja no executivo camarário.

“Há aqui tiques de autoritarismo, de soberba política que menospreza o órgão municipal e desrespeita todos os aveirenses”, acusam os socialistas em comunicado.

Esta semana, a presidência divulgou que iria proceder ao lançamento do concurso para o novo sistema de bicicletas partilhadas, a cobrar pelo utilizador (BUGA2), um dos pontos da ordem de trabalhos da reunião camarária realizada sexta-feira.

Os socialistas votaram a favor, mas criticam a demora da Câmara na anunciada modernização das BUGAS, bicicletas de utilização gratuitas lançadas no tempo da gestão de Alberto Souto (PS).

“A BUGA”, lembram, “é uma marca de Aveiro que foi deliberadamente mal tratada, abandonada, menosprezada, destruída, como tantas outras coisas no município e na cidade de Aveiro, para depois fazer passar uma falácia política em que emergiu um ‘salvador da pátria’, uma panaceia que chegou para resolver todos os males”.

O concurso internacional agora colocado em marcha “sobre uma realidade que viveu dezanove anos sem grande e sério investimento na manutenção ou renovação do modelo” de bicicleta, “depois de ter sido um compromisso eleitoral de 2013 por parte do presidente da Câmara, apenas pode aceitar-se como a reparação de um erro, a correção do abandono a que ficou colocada”, a pretexto de que “precisa de regeneração”.

O PS deseja que este ato “de cumprimento dos mínimos políticos na matéria (mobilidade em modos suaves), seja célere e fique ao serviço de Aveiro, e todos os que a visitam, em tempo útil para que não deixe antever como um episódio para se inaugurar em 2021 em vésperas de eleições.”

Discurso direto

“As BUGA, a Agrovouga, o Rossio, os passeios da cidade, a Move-Aveiro, os equipamentos culturais das Freguesias, a semana da mobilidade, etc., etc., encaixam num modelo de gestão que abandona as pessoas à sua sorte, não responde em tempo útil, não cuida, não sabe cuidar ou não quer cuidar, do dia-a-dia das pessoas, dos serviços, das instituições, e depois vem com enorme alarido, com publicidade paga pelos aveirenses, dizer que ‘agora é que vai ser’, chegou finalmente o que sabe do assunto e ‘acabou-se a conversa’.”

O presidente da Câmara Municipal de Aveiro ou tem estado ausente do Município, e desconhece a realidade que se tem vivido, ou prometeu o que sabia não conseguir fazer ou entrou em estado de negação entre o que faz e o que promete fazer.”

“A opção por mobilidade em modos suaves tem de ir além de um conjunto de afirmações publicitárias. Quando todo o Município está sem uma rede de transportes públicos decentes; quando não há coragem de ir além de 2,5 quilómetros de vias cicláveis a partir do centro da cidade; quando não se projetam vias cicláveis e pedonais até aos centros de Cacia, Esgueira, Santa Joana, São Bernardo e Aradas, não vemos concretizadas as vontades anunciadas.”

“Ainda sobre a mobilidade, não há verdade possível na incoerente afirmação de, para ‘inglês ver’, afirmar-se pela “redução do automóvel” quando publicamente se defende exatamente o contrário (‘somos pelo automóvel’). O Presidente governa contra a vontade dos aveirenses, não demonstracumprimento de compromissos internacionais de diminuição de emissões de gases com efeito de estufa, como o Pacto de Autarcas, e para defender a construção de um Parque de Estacionamento subterrâneo numa zona de enorme sensibilidade ambiental destrói um jardim verde no centro da cidade”.

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