Dois painéis restaurados, do final dos 40 do século passado, passam a referenciar, na zona da Fonte Nova, o local onde existiu a antiga fábrica da Aleluia, fundada no princípio do século XX.
As obras em azulejo, que eram ostentadas em fachadas, foram guardadas pela autarquia local após a demolição das instalações fabris da histórica cerâmica aveirense, que permanece hoje em atividade no concelho. Agora retomam um local próximo do original, estando colocadas a par do único forno que foi preservado, algo que “fazia todo o sentido”, criando, assim, “um monumento para contar a história” daquela zona, como sublinhou o presidente da Câmara, Ribau Esteves.
O ‘Memorial Indústria Cerâmica em Aveiro’ surge por iniciativa municipal, aproveitando as “exigências de consolidação” do talude da Rua Padre Arménio Alves da Costa Júnior, com risco para habitações e moradores próximos, um investimento que rondou 928 mil euros, que também permitiu dar novo enquadramento à zona da fachada da antiga capela de S. Tomás de Aquino, onde deverá surgir um espaço de restauração do tipo bar/ esplanada.
O arranjo urbano poderá ser alargado até ao barreiro, que serviu a antiga fábrica Jerónimo Pereira Campos, prevendo-se a criação de um centro interpretativo para mostrar a importância da indústria cerâmica e também alguns vestígios na argila de fósseis de animais e vegetais do topo do Cretácico (há cerca de 70 a 65 milhões de anos) ali ainda possíveis de encontrar.
Na inauguração das duas intervenções que faziram parte da “operação de qualificação urbana”, ao princípio da tarde, o presidente da edilidade destacou a colaboração técnica da Universidade de Aveiro numa empreitada que “foi difícil” devido a circunstâncias da própria obra e de problemas da própria construtora.
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