Aveiro: Bloco faz ‘marketing de guerrilha’ para denunciar eleitoralismo

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"Inauguração" pelo Bloco de Esquerda, Aveiro.
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O Bloco de Esquerda assinalou uma inauguração camarária, em Aveiro, esta sexta-feira, com recurso a técnicas habitualmente designadas como ‘marketing de guerrilha’. Ribau Esteves chamou-lhe “má educação e falta de respeito”.

Um grupo de ativistas do partido, à frente do qual estava o cabeça-de-lista para a Câmara, Nelson Peralta, marcaram presença no local onde ia ser descerrada a placa evocativa da obra de recuperação do talude na zona da Fonte Nova e colocação do “Memorial” à indústria cerâmica.

Os bloquistas, que figuravam entre os convidados protocolarmente para o evento, encenaram um ‘corte de fita ao som de uma banda filarmónica, atrasando cerca de um quarto de hora a inauguração verdadeira.

No seu ‘discurso’, o candidato do BE à Câmara acusou Ribau Esteves de “fazer campanha eleitoral a usar o que é de todos”, insurgindo-se contra PSD e CDS, porque “não são donos de Aveiro”.

“É uma vergonha fazer uma inauguração em tempo de campanha, disfarçada”, criticou Nelson Peralta em declarações aos jornalistas, admitindo que, embora não sejam proibidos atos deste género, “é uma escolha política” que a maioria de direita entendeu fazer, “usando o cargo de presidente e as inaugurações como campanha eleitoral para esconder não ter políticas, como por exemplo para a habitação”. “Por isso, estamos aqui em campanha tal como o PSD e o CDS, a usar esta inauguração”, justificou o candidato.

“Ato de má educação e anti-democrático” – Ribau Esteves

O presidente da Câmara qualificou o incidente como “um episódio ridículo por uma pessoa que é deputado na Assembleia da República e candidato à Câmara”.

“A democracia tem de ser um exercício civilizado e educado e este ato de má educação e anti-democrático, dispensável e que desacredita os orgãos do Estado, a democracia. Quero deixar uma palavra de absoluto repúdio pela falta de respeito”, insistiu.

Discurso direto

“O presidente da Câmara e a Câmara continuam a funcionar em plena condição, com todas as suas obrigações e direitos. Os que de nós são candidatos tem um trabalho a fazer também nessa condição. O trabalho da Câmara não está diminuído em nada nas coisas boas, como uma festa ou inauguração, ou o que não gostamos de fazer, como aplicar multas e contra ordenações. Não há nenhuma incompatibilidade“.

“Estou a acabar o sexto mandato, dois em Aveiro, e sempre na minha prática o exercício da presidência é pleno e sem qualquer condicionalismo até ao último antes do início da campanha eleitoral. Sei que para uma oposição que vê uma Câmara com tanta obra para inaugurar é um problema. No passado não havia nada para comemorar, festejar. A esmagadora maioria das obras não vão ser inauguradas, temos mais de uma centena em curso que vão continuar. As que terminamos assinalamos e não as fazemos todas, como aconteceu quando terminámos a obra profunda de qualificação da Rua João de Casal. Até ao dia 13 faremos as inaugurações que entendermos por bem” – Ribau Esteves.

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