Aveiro: Câmara disposta a gastar 3 milhões de euros para requalificar o bairro da Beira Mar

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Bairro da Beira Mar, Aveiro.
Comercio 780

A Câmara de Aveiro estima gastar três milhões de euros para “dar a volta” ao bairro da Beira Mar, uma zona antiga da cidade, executando uma “intervenção global e com coerência” que há muito anos era sentida. A área em causa não abrange o Rossio, que tem o seu próprio projeto

Palavras do vice-presidente Jorge Ratola ao intervir na reunião pública do executivo, esta quarta-feira à tarde, na discussão de um ponto da ordem de trabalhos destinado a abrir concurso público no âmbito do pacote de obras ‘PEDUCA’ para contratar o projetista, que tem como orçamento base 150 mil euros (240 dias de prazo).

“É um concurso para tratar da iluminação pública, dos espaços verdes, do mobiliário urbano, de corredores cicláveis e pedonais. Obras em falta há muito. Será feito em coerência com a mobilidade, em que os modos suaves têm prevalência no que é possível e desejável, não estrangulando a circulação viária necessária”, explicou, apontando para “uma intervenção como deve ser, em que as pessoas tenham qualidade de vida e andem em segurança”.

A proposta foi votada por unanimidade, mas o PS deixou ficar algumas reticências ao enquadramento da empreitada, nomeadamente ao assumir-se a criação de estacionamento subterrâneo no Rossio. Os eleitos da oposição insistiram ainda para que a Câmara faça uma auscultação dos residentes, o que, na opinião dos vereadores, não foi devidamente tido em conta em projetos emblemáticos como a requalificação da Avenida Lourenço Peixinho ou a requalificação do jardim Rossio. Os socialistas alertaram ainda para a necessidade da Câmara acautelar “a qualidade” do projetista a selecionar.

Discurso direto

“O plano de mobilidade devia ser discutido com as pessoas. Existem aspetos determinantes, porque contempla o estacionamento subterrâneo no Rossio e uma nova ponte sobre o canal das Pirâmides que não estão executados. Vamos trabalhar sobre algo que não existe e é hipotético, mesmo com a maioria a pretender avançar. Falta coerência no programa preliminar que sustenta as operações do concurso. Concordamos com princípios orientadores, mas importa encontrar soluções com residentes para ter bolsas de estacionamento e não o Rossio. Ainda nem sequer está decidido se os residentes vão beneficiar” – Manuel Oliveira de Sousa (PS).

“Todas as decisões que tomamos são para as pessoas, para corresponder às necessidades de todos. Não governamos contra as pessoas. É uma necessidade, o Beira Mar foi completamente abandonada nas intervenções estruturais nos últimos anos. é uma urgência e uma necessidade. Vamos construir connosco na primeira fase e com os munícipes na segunda fase” – Jorge Ratola (vice-presidente).

(em atualização)

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