Pelo Caminho do Praião: Um percurso com a ria cheia (parte II e final)

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Lugar da 'Bruxa', Gafanha da Encaranção, Ílhavo.

Novamente a convite do meu amigo Roque, regressei ao Caminho do Praião, marginal ao Canal de Mira da Ria de Aveiro, na Gafanha da Encarnação, Ílhavo, agora para o percorrer com a maré cheia ou maré alta.

Por Cardoso Ferreira *

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– O amigo vai verificar como a paisagem lagunar parece outra completamente diferente da que viu com a maré baixa, – disse o amigo Roque.

Como da primeira vez, também agora iniciamos a caminhada perto dos limites entre as Gafanhas da Encarnação e do Carmo, com o objetivo de percorrermos todo o Caminho do Praião até próximo da Ponte da Barra, no extremo norte da freguesia.

Com a maré alta, a água da ria cobre todo o leito, fazendo um imenso espelho de água onde se reflete o colorido casario da Costa Nova, e que se estende até ao valado do Caminho do Praião, quase chegando ao banco em que nos sentamos para apreciar a paisagem.

Apesar da maré alta, com a água a cobrir toda o espaço da ria, continuam a ser visíveis os bandos de gaivotas e de patos, a que se juntam outras espécies de aves de menor envergadura, algumas delas pousadas nos barcos tradicionais (com destaque para bateiras e botes) ancorados no leito da ria, ou empoleiradas nos postes de amarração de algumas dessas embarcações.

Tal como na primeira passagem por este itinerário que corre entre a ria e campos agrícolas, quase na sua totalidade ao abandono, a passarada é uma constante, o que torna este local propício para os fotógrafos de aves, e da natureza.

Já próximo do Largo da Mota, na direção do altivo edifício da antiga estufa de chicória, agora transformado num empreendimento turístico, as águas da ria são sulcadas por embarcações de recreio, desde as frágeis pranchas de windsurf até às motos de água, passando pelos pequenos veleiros, barcos esses que dão cor e vida à paisagem.

Algumas dessas embarcações são oriundas da vizinha marina da ANGE (Associação Náutica da Gafanha da Encarnação) que encontramos logo de seguida, e que antecede o Largo da Bruxa, também conhecido pelo antigo nome de Largo da Mota. De realçar que alguns dos veleiros atracados na marina, especialmente os de cariz mais desportivo, foram construídos no estaleiro existente junto a esse largo.

Com a maré alta, as águas da ria cobrem por completo os viveiros de ostras

Como do primeiro percurso, também agora fazemos uma breve paragem na famosa taberna que dá o nome a esse largo, para prosseguirmos depois entre o porto de pesca artesanal e as casas abrigos dos pescadores.

Aqui começa uma zona frequentada por praticantes de voo com as pequenas aeronaves designadas por ultraleves.

Com a maré alta, as águas da ria cobrem por completo os viveiros de ostras, ficando visíveis somente as características barcaças usadas pelos mariscadores, às quais se juntam algumas embarcações tradicionais.

Chegados ao antigo “campo da bola”, agora totalmente debaixo de água, deparamos com diversos praticantes de kitesurf, uma modalidade desportiva do género do windsurf, mas em que a vela é substituída por uma espécie de paraquedas.

A partir daqui, e ao longo das poucas centenas de metros que nos separam das instalações do Marina Clube da Gafanha, situada do lado sul da Ponte da Barra, mesmo junto desta, os extensos juncais (“praias”, como eram designados pelos habitantes locais) estão agora semicobertos pelo leito da ria.

Mesmo com a maré alta, permanece emersa a ilha localizada a meio da ria, do lado sul da Ponte da Barra.

Foram muitos os caminhantes com que nos cruzamos ao longo dos cerca de três quilómetros deste percurso, tal como já tinha acontecido quando da primeira passagem por este itinerário, o qual é bastante mais extenso do que o percurso que realizámos, pois segue para sul, ao longo das Gafanhas do Carmo e da Vagueira e, a partir desta, com ligação à Praia de Mira.

* https://www.facebook.com/manuel.cardosoferreira.5

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