“Adquirir edifícios poderá não ser a melhor aposta quando não há condições de manter o que temos”. Alerta deixado por Vitor Amaral, vereador do PS na Câmara de Ovar.
O autarca dá o exemplo do antigo Cine-teatro e, mais recentemente, do Altar Judeu e da Olaria do Alto de Saboga.
Decisões camarárias que podendo ser consideradas “um bom investimento, deixará de o ser caso não lhes seja dada vida e caso não sejam rapidamente colocados ao serviço da comunidade”.
Vitor Amaral lembra num artigo partilhado nas redes sociais que “em várias reuniões do executivo da Câmara” tem chamado à atenção para a manutenção dos equipamentos públicos, tais como a Escola de Artes e Ofícios (EAO), Biblioteca Municipal de Ovar e Palacete dos Castanheiros de Esmoriz, Edifício dos Paços do Concelho, mercados, fontes, ciclovias, jardins, entre outros.
Na EAO, decorridos quase dois anos, “tarde demais, está a ser efetuada essa manutenção”, mas como a madeira (pinho) já apresentava manchas escuras impregnadas, “tornou-se necessário aplicar um produto de tratamento bastante escuro, o que alterou substancialmente a apresentação estética”.
“Este é um exemplo da necessidade de investir mais na manutenção preventiva e não corretiva, que se torna mais dispendiosa e com resultados negativos, como é agora exemplo a EAO”, lamenta Vitor Amaral.
O eleito do PS, que concorreu à presidência da Câmara há dois, refere ainda as fontes locais, “um ex-libris da cidade, muito mal aproveitado”. Os chafarizes de Ovar “deixaram de cumprir a sua principal missão há muitos anos e não se perspetiva uma aposta séria na sua reativação ou reaproveitamento”.
O rol de queixas não fica por aqui: “o rio Cáster, durante o período em que Ovar foi mais visitado esteve com mau aspeto, por causa da sua falta de limpeza; algumas rotundas de acesso à cidade chegaram a ter ervas de quase um metro de altura (numa delas foi um particular que as cortou); o jardim divisório da principal artéria de acesso à praia do Furadouro esteve durante os meses de verão com aspeto de total abandono”, lamentou Vitor Amaral entre outros casos.
“Todos sabemos que o orçamento não é infinito (ouvi isto algumas vezes nas reuniões de Câmara), mas é imperioso apostar mais na manutenção, até como exemplo para os munícipes, a quem não se pode exigir que cumpram as regras da manutenção dos edifícios quando as entidades públicas não as cumprem”, pediu o socialista.