“Não vamos hipotecar nada do trabalho que temos feito” – Afonso Miranda

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Foto Facebook do Beira-Mar.
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A uma vitória do título, “o estado de espírito nunca foi tão bom, prestes a alcançar um objetivo. É o melhor momento da época”.

Afonso Miranda, presidente adjunto do Beira-Mar, afasta, assim, qualquer ponta de desilusão que pudesse ter refreado os ânimos após a eliminação “inesperada” da Taça Distrital pelo Fiães, pondo fim à pretensão de fazer o pleno, que seria histórico.

“Andamos a lutar desde o ano passado com muitos destes jogadores para a subida aos nacionais. Toda a gente está muito motivada e acreditamos que será no dia 25 que vamos concretizar esta ambição”, referiu o número dois do elenco diretivo e dos que acompanha mais de perto o futebol sénior.

A dois pontos de atingir a meta proposta, Afonso Miranda afirma não detetar “ansiedade” no plantel na preparação da viagem ao reduto do Carregosense no feriado comemorativo da Revolução dos Cravos. Afinal, “só uma hecatombe” pode tirar a possibilidade do Beira-Mar envergar as faixas de campeões. O Bustelo até tem um jogo complicado na Pampilhosa. Se a equipa surpresa da época sair derrotada, os aurinegros serão automaticamente campeões.

Os mais cautelosos poderiam aconselhar prudência em atirar já foguetes, mas o presidente adjunto está tranquilo. “Claro que primeiro temos de ser campeões, mas não podemos ser assim tão cínicos. Claro que a festa está preparada, acreditamos que vamos ter mais gente na receção”, disse.

A consagração, já ou apenas no jogo seguinte, irá certamente ter uma paragem na ponte praça, mas seguir-se-á “uma novidade, que não é ainda tradição mas poderá vir a ser”. Deseja-se “uma maior ligação ao bairro do Beira-Mar”. Afigura-se, assim, como muito previsível, que os jogadores subam ao alto da capela de São Gonçalinho para agradecer o apoio dos adeptos.

Preparação da nova época… em lista de espera

Apesar de tudo estar bem encaminhado, a direção garante que espera pelo fim da época para começar a preparar a campanha de 2019-20. “Assim que formos campeões tencionamos começar a falar com as pessoas, jogadores, treinador. O normal”, referiu Afonso Miranda sem confirmar antecipadamente permanências ou saídas, nomeadamente ao nível da equipa técnica.

Outra preocupação passa pela necessidade de “fechar o orçamento” que já está estimado para participar no Campeonato de Portugal. Há uma certeza, o Beira-Mar não vai ‘entrar em loucuras’ que hipotequem o futuro do clube, ainda a recuperar do abalo quase letal sofrido aquando do fim do futebol profissional.

Discurso direto

“Subir era um objetivo muito claro, jogámos as fichas todas. Lamas, Pampilhosa e o próprio São João de Ver tinham fichas ao mesmo nível. A diferença pontual aconteceu porque tivemos outra capacidade de trabalho. Apostámos melhor em termos individuais, em jogadores que no seio do grupo se vieram a realçar. A diferença pontual não se traduz na diferença orçamental para outros grupos, o que aconteceu foi que trabalhámos melhor e mais rápido e os outros, a dado momento da época, deixaram de investir”.

“Temos de reunir com a Câmara em breve para perceber com que infraestruturas podemos contar. Existe a possibilidade ainda de manter o Mário Duarte, tendo em conta que o complexo não está construído. O concurso está fechado, mas há ainda alguns prazos a cumprir”.

“O Beira-Mar nas 72 equipas do Campeonato de Portugal é o clube com mais pergaminhos e a marca mais conceituada, mesmo à frente do Leiria, com respeito”.

“Não vamos hipotecar nada do trabalho que temos feito na sustentabilidade e na aposta na formação. Ambicionamos ganhar todos os jogos, mas para o ano há duas coisas importantes que é o complexo desportivo para a formação e a certificação da Federação Portuguesa de Futebol, que obriga a um trabalho muito duro na academia. Vamos apostar na sua organização interna, visto que é o futuro, em termos de criar mais valias de jogadores e financeiras também.”

“Não digo subir já. Não vamos ter capacidade financeira para subir já na próxima época. Não queremos hipotecar o futuro.”

“Treinador principal ? Vamos analisar na altura certa. Cajó tem feito um trabalho muito meritório e tem a nossa confiança por agora.”

Carregosense conta com ‘casa cheia’

A lotação do estádio do Carregosa é de pouco mais de mil lugares praticamente todos reservados para adeptos forasteiros. A direção do clube oliveirense esteve na Gafanha no passado domingo em visita de cortesia e deixou os ingressos que encontram-se à venda na sede e no bar do Mário Duarte, esperando uma boa receita. Um patrocinador custeou os três autocarros (150 lugares) colocados à disposição.

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