Modos suaves trazem enormes benefícios sociais e de saúde pública

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Imagem MUBi - Aveiro.
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Os modos ativos de deslocação devem ser apoiados e encorajados no combate à pandemia COVID-19.

Por MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta *

No combate à pandemia COVID-19, o uso dos modos ativos de deslocação deve ser apoiado, garantindo maior segurança a quem se desloca a pé e em bicicleta, e encorajado como opção preferencial nas deslocações necessárias.

Muitas pessoas continuam a precisar de se deslocar, para exercer as suas actividades profissionais, em idas à farmácia, no apoio a cidadãos vulneráveis, ou na ida às compras.

O uso de modos activos, e em particular a utilização da bicicleta, durante a pandemia COVID-19 é seguro e não coloca os outros em perigo, desde que asseguradas as indicações oficiais de protecção da saúde pública.

De bicicleta, as pessoas tipicamente mantêm a distância mínima de segurança de 2-3 metros para evitar contágios. Têm, também, menor propensão para tocar em objectos potencialmente contaminados no espaço público.

A bicicleta tem um papel importante na manutenção da resiliência dos sistemas de transporte, proporciona serviços de distribuição e entregas, substitui viagens em automóvel e ajuda a descongestionar os transportes públicos.

O uso de modos activos de deslocação traz enormes benefícios sociais e de saúde pública. Contribui para o bem estar físico e mental, fundamentais numa altura de stress e ansiedade que poderá ser prolongada. Reduz os riscos de doenças cardiovasculares, vários cancros, demência e diabetes, condições que afectam uma parte importante da população e que podem aumentar o risco de consequências graves para quem contrair a COVID-19.

Para as deslocações estritamente necessárias e permitidas durante a presente situação e estado de emergência, o uso dos modos ativos de deslocação, incluindo a utilização da bicicleta, – sempre em total respeito pelas indicações oficiais de protecção da saúde pública – deve ser apoiado e encorajado.

Os municípios têm uma importante quota parte de responsabilidade em garantir aos cidadãos uma opção segura e saudável para as deslocações necessárias, protegendo-os do risco de contágio e do risco rodoviário.

Os municípios portugueses deverão seguir os exemplos de várias cidades do mundo, e equacionar a implementação de infraestruturas temporárias de emergência, como ciclovias, alargamento de passeios e fecho de certas ruas ao tráfego motorizado, por forma a garantir maior segurança a quem se desloca a pé ou em bicicleta.

Face às actuais restrições impostas o número de automóveis em circulação é menor, o que poderá incitar à prática de velocidades mais elevadas.

No sentido de não colocar pressão sobre o sistema nacional de saúde, a MUBi apela a que todos os portugueses se abstenham de comportamentos de risco na condução de veículos motorizados e que as autoridades competentes tenham uma fiscalização mais intensa e diligente na redução de comportamentos de risco. A MUBi recomenda, ainda, que seja equacionada a imposição de velocidade máxima de 30 km/h dentro das localidades.

Adicionalmente, e em particular, a MUBi Aveiro sugere que o Município de Aveiro:

– Proceda, nos eixos viários em meio urbano com mais que uma via de trânsito em cada sentido, à redução temporária do número de vias, por forma a promover a acalmia do tráfego motorizado e consequente redução do risco rodoviário para todos;

– Disponibilize as vias libertadas nesse eixos para a utilização dos modos ativos, de forma a garantir um maior distanciamento físico entre cidadãos que circulam a pé ou de bicicleta;

– Apele aos cidadãos que, nos casos de deslocações essenciais e necessárias, o façam, sempre que possam, em bicicleta ou a pé.

Recordamos que o Governo veio considerar essenciais os serviços de reparação e manutenção de bicicletas, para responder às necessidades dos cidadãos que optem por este modo para as deslocações previstas no Decreto n.º 2-A/2020, que regulamenta a aplicação do estado de emergência.

Por fim, a MUBi Aveiro apela a todos que se abstenham de deslocações não estritamente necessárias e sejam sempre cumpridas as indicações das autoridades sanitárias.

* Secção Local de Aveiro | facebook.com/mubiaveiro

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