Legislativas ’24 / Círculo eleitoral de Aveiro: Vencedores e vencidos em discurso direto

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Luís Montenegro.
Comercio 780

No rescaldo eleitoral, o distrito de Aveiro acordou ‘alaranjado’, com a AD a manter os sete deputados que o PSD elegera em 2022. As legislativas deram motivos de satisfação, ainda, para os apoiantes do Chega (mais dois deputados, passando a três) e da Iniciativa Liberal (primeiro eleito). PS (agora reduzido a cinco eleitos) e PCP foram os únicos partidos com representação parlamentar que perderam votantes no círculo eleitoral (artigo em atualização).

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AD alcança vitória ténue, Chega cimenta-se como terceira força política

A noite eleitoral deste domingo foi de enorme incerteza até ao último minuto. Numa altura em que faltam apenas apurar os votos da emigração, os resultados apontam para uma vitória escassa da Aliança Democrática e a consolidação do Chega como terceira força política. Destaque ainda para a redução significava da abstenção, que registou o valor mais baixo em três décadas. Apesar de os resultados serem ainda incertos, Pedro Nuno Santos já admitiu a derrota e Luís Montenegro expressou “expectativa” de ser indigitado por Marcelo Rebelo de Sousa.

Continuar para ler artigo da RTP.

Legislativas de 2024 – distrito de Aveiro
Inscritos 468.102 inscritos
Votantes 423.771 (66%)

1º PPD/PSD.CDS-PP.PPM 35,13 % 148.861 votos 7 mandatos
2º PS 27,69 % 117.348 votos 5 mandatos
3º Chega 17,25 % 73.110 votos 3 mandatos
4º IL 5,11 % 21.671 votos 1 mandato
5º BE 4,10 % 17.358 votos
6º Livre 2,24 % 9.510 votos
7º PAN com 1,72 % 7.300 votos
8º PCP-PEV 1,38 % 5.850 votos

Discurso direto

“O PSD, a Aliança Democrática, está de parabéns. Luís Montenegro vai ter oportunidade, espero eu, de constituir Governo. Esperava uma diferença ligeiramente superior, pelo que surgia nas sondagens. Mas o fundamental é que vencemos. Há um novo partido, passam a ser três grandes partidos no universo eleitoral português. O Chega passa a ter representação significativa. Toda a gente devem olhar para o Chega e perceber as razões pelas quais os eleitores votaram Chega. É um voto de protesto, revolta, descontentamento geral pelo empobrecimento. No distrito, estou muito satisfeito. Aumentámos a votação. Tivemos uma vitória muito significativa sobre o PS. Sinto-me particularmente satisfeito como cabeça de lista porque enfrentámos o secretário-geral do PS e candidato a Primeiro-Ministro. A vitória tem um duplo sabor” – Emídio Sousa, cabeça de lista da AD e deputado eleito por Aveiro.

“Dificilmente poderíamos encontrar-nos hoje numa situação de maior instabilidade governativa. As felicitações democráticas que são devidas à AD por ter sido a força política mais votada – e que democraticamente expresso – não escamoteiam o quão precário será um Governo por si formado, nem as dificuldades por que passará, ou não, o seu Orçamento. A manifesta imaturidade e instabilidade dos partidos de Direita que supostamente poderiam sustentar o Governo também não augura a longevidade deste. Vale bem a pena, pois, recordar hoje o que consta do Parecer do Conselho de Estado nº 1-A/2024, ou seja, que o Conselho de Estado não se manifestou favoravelmente à dissolução da Assembleia da República, tendo esta sido uma opção exclusiva do Senhor Presidente da República. Como o SG do PS ontem mesmo teve a oportunidade de afirmar, em função destes resultados, o PS irá liderar a oposição e os portugueses poderão sempre contar com o PS” – Filipe Neto Brandão, deputado eleito do PS (3º lugar).

“Aveiro vai estar muito bem representado na AR. Três deputados que defenderão o distrito com ‘unhas e dentes’. O resultado demonstra que os portugueses e, neste caso, os Aveirenses, querem uma mudança na política portuguesa. O Chega já está a contribuir para essa mudança. Obrigado Aveiro, pela confiança depositada no Chega” – Jorge Valsassina Galveias, cabeça de lista do BE e deputado eleito.

“Antes de mais, um muito, muito obrigado a todos do distrito de Aveiro que depositaram a sua confiança na Iniciativa Liberal. Tudo parece indicar que o cenário político será incerto, mas uma coisa eu vos posso garantir: irei sempre, em todas as minhas intervenções políticas, garantir que esta alma aveirense está presente. Esta gente insubmissa, de manga arregaçada, que quer e faz por um país melhor. É isto que o país precisa e é isto que inspirará todas as minhas intervenções. Nunca deixarei de lutar por um país melhor, à imagem do distrito de Aveiro. Nós vamos mudar este país e Portugal será um grande país” – Mário Amorim Lopes, cabeça de lista da IL, deputado eleito por Aveiro.

“Queríamos eleger por Aveiro, não foi possível, assumimos que esse objetivo não foi alcançado, como assumimos que tudo faremos e em tudo trabalharemos para que tal objetivo se concretize nas próximas eleições. A nível nacional, constata-se uma clara viragem à direita que é consequência de uma maioria absoluta do PS recheada de erros e asneiras. O PS e a sua maioria absoluta lançaram várias crises no país, desde a habitação ao SNS. Fica claro que é preciso construir uma alternativa à esquerda que faça oposição à direita e também ao PS. O Bloco de Esquerda cá estará para fazer essa construção de uma nova esquerda e de um novo projeto para o país” – Moisés Ferreira, cabeça de lista do BE.

“A percentagem da abstenção é um fator bastante positivo. Relativamente aos resultados do PAN Aveiro no distrito, podemos dizer que tivemos um aumento de 60% em relação a 2022. Portanto, iremos continuar a trabalhar para que as nossas causas continuem a avançar no nosso distrito e, assim, o PAN Aveiro continuará a dar voz a todos os que nos acompanham e se identificam com o que defendemos. A nível nacional, mantivemos a nossa deputada Inês Sousa Real e consolidamos a votação em todos os distritos. Demonstra assim um reconhecimento dos portugueses relativamente ao trabalho do partido. Iremos continuar a trabalhar porque o PAN tem feito a diferença na Assembleia da República” – Ana Gonçalves, cabeça de lista do PAN por Aveiro.

“O resultado da CDU não reflete o trabalho da Coligação em prol do País, nem a grande campanha que fizemos. Para efetivar uma política de melhores salários, melhores reformas, melhor SNS e Educação era necessário o reforço da CDU e com estes resultados é mais difícil alcançar estes objetivos. Se há algo para o que estes resultados nos encaminham é para a resistência. Com a coragem de sempre estaremos ao lado dos trabalhadores e do povo, enfrentando a política de direita e na justa exigência de melhores condições de vida” – Joana Dias, cabeça de lista da CDU.

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