Futura Diretiva Europeia das Alegações Climáticas: O novo washing

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Green Claims.

O que está previsto passa uma mudança radical. Menções como ‘eco’, ‘amigo do ambiente’, biodegradável’, para não falar do tão famoso (mas quase sempre improvável) ‘carbon neutral’ passam a ser proibidas salvo apresentação de evidências concretas ou certificação Ecolabel.

Por Isabel Martins *

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A futura Diretiva Europeia das Alegações Climáticas (Green Claims), um documento ainda não formalmente aprovado, vai mudar a forma como se comunica sustentabilidade. A ideia é tornar a informação nesta matéria mais transparente, tendo em consideração (dados da Comissão Europeia) que 53% das alegações ecológicas são vagas, enganosas ou infundadas, 40% dos green claims não tem evidências que os comprove e metade dos rótulos ‘verdes’ não oferece forma de verificação, ou esta é fraca. Acrescem a estes números que existem cerca de 230 rótulos de sustentabilidade (só na área da energia são 100) com diferentes níveis de transparência.

O que está previsto passa uma mudança radical. Menções como ‘eco’, ‘amigo do ambiente’, biodegradável’, para não falar do tão famoso (mas quase sempre improvável) ‘carbon neutral’ passam a ser proibidas salvo apresentação de evidências concretas ou certificação Ecolabel.

Este tema traz desafios importantes e vai obrigar a reajustes na forma como se comunica com o consumidor, em especial a informação que consta na embalagem, quase sempre o veículo preferido destas mensagens.

Nos últimos meses, talvez fruto deste ‘parar para pensar’ na comunicação ambiental, cresceu de forma desmedida o interesse pelo conceito ESG, particularmente nos focos Social e Governance. Tudo certo até aqui, até porque sem este conjunto a sustentabilidade não faz sentido. Mas, de repente, as questões de política DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) entraram no radar das empresas. E este é um pilar importantíssimo e ainda pouco desenvolvido, com muito caminho para andar na cultura empresarial, e muito a evoluir nas mentalidades e preconceitos instalados.

Mas também uma matéria onde é preciso separar o trigo do joio e onde a transparência é absolutamente necessária. Comunicar DEI sem uma estratégia séria e integrada e um real compromisso com estas políticas é tão mau como anunciar que somos amigos do ambiente só porque trocamos a iluminação para LED. Queremos sair da era do greenwashing para entrar na do socialwashing?

* Diretora da Revista Sustentável, editorial.

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