Bloco pede mais investimento para a resposta às dependências

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Reunião de eleitos do BE com responsáveis do Centro de Respostas Integradas (CRI) de Aveiro.

O Bloco de Esquerda visitou o Centro de Respostas Integradas (CRI) de Aveiro, organismo do Serviço Nacional de Saúde que desenvolve respostas na área da prevenção das adições e da prestação de cuidados integrados em ambulatório a pessoas com dependências.

Trata-se de um serviço fundamental, mas que passa por muitas dificuldades devido à falta de profissionais e à falta de definição para na estratégia nacional para esta área. Na próxima audição da Ministra da Saúde, o deputado Moisés Ferreira irá apresentar questões sobre estes centros.

“Neste momento, na zona centro do país existe a necessidade de contratação de inúmeros profissionais (em particular médicos, psicólogos, assistentes sociais, assistentes técnicos e assistentes operacionais), mas essas contratações não são autorizadas pela ARS, mesmo quando se trata de contratações para substituir profissionais que se reformaram ou que estão ausentes por doença”, avaliou o deputado Moisés Ferreira no final da visita. “A falta de profissionais está a levar os serviços a uma situação de rutura e há mesmo a possibilidade de ter de encerrar serviços, o que seria inqualificável”.

“Há já serviços (como a unidade de internamento de alcoologia) que tiveram que reduzir a sua capacidade de internamento para metade (de 30 para 15), ao mesmo tempo que as listas de espera para consulta e para internamento continuam a aumentar. Neste momento espera-se 4 meses por uma consulta médica e cerca de 3 meses para ter uma vaga em internamento”, referiu Moisés Ferreira.

“Estes tempos de espera são especialmente maus quando estamos a falar de pessoas com dependências que na maior parte das vezes demoram muito tempo a admitir a necessidade de ajuda. Quando a admitem e ganham coragem para a solicitar, essa ajuda tem de ser célere. Obrigar a meses de espera é levar muitas dessas pessoas a desistirem do tratamento de que necessitam”, considerou o deputado do Bloco de Esquerda.
O parlamentar alertou ainda para “outros problemas como o facto de os médicos de família ou os médicos hospitalares não conseguirem referenciar utentes para os serviços do Centro de Respostas Integrados”.

“Este desinvestimento é incompreensível, como é incompreensível que se mantenha a indefinição sobre a estrutura e sobre a estratégia para as dependências e comportamentos aditivos. Ela tem de ser apresentada pelo Governo e devem ser dadas instruções para que a ARS Centro proceda à contratação de profissionais, sob risco de se registarem, a muito curto prazo, encerramento de serviços que são da maior importância para apoiar e tratar as pessoas com dependências”, concluiu Moisés Ferreira.

Bloco de Esquerda

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