Aveiro: Vacinas chegam com hospital em novo ‘pico’ de internamentos Covid

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Início da vacinação contra Covid-19, Hospital de Aveiro.

O Hospital de Aveiro começou, esta manhã, a vacinar os seus profissionais contra a Covid-19 numa altura em que enfrenta uma pressão grande de internamento de infetados que está a obrigar a tomar medidas de reforço da capacidade instalada.

O início do processo ficou marcado por “um ato simbólico”, como explicou a presidente do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV), que tem unidades hospitalares ainda em Estarreja e Águeda. “Vacinámos quase em simultâneo quatro profissionais de áreas que estiveram na frente do combate à Covid: um médico, um enfermeiro, um auxiliar e um técnico de laboratório”.

Dos 2 mil colaboradores, 1700 já inscreveram-se para receber a vacina. Margarida França não vê resistências de maior. “Não há receios. A nossa preocupação é começar com este processo de vacinação e em simultâneo manter os cuidados para ver se conseguimos vencer esta doença”, disse.

O arranque da vacinação (está previsto nesta fase chegar a 390 profissionais) coincide com um ‘pico’ de internamentos, inesperados nesta altura, por Covid que obrigou a ponderar medidas para reforçar o atendimento, para já sem necessidade de recorrer a outros hospitais.

“Infelizmente, este fim de semana foi um bocadinho pesado. Estamos com perto de 60 doentes Covid internados. Ontem tínhamos sete pessoas nos cuidados intensivos. Esperávamos uma pressão maior em janeiro, mas começou na semana passada. Portanto, mais uma vez, apesar da vacina, pedimos às pessoas que tenham todo o cuidado”, alertou Margarida França.

A administração poderá, assim, libertar mais espaço para doentes Covid, como já aconteceu na primeira vaga. “O hospital está muito pressionado de novo, estamos a avaliar a abertura de uma quarta enfermaria para o fim-de-semana”, adiantou a presidente do CHBV.

“Temos mais uma enfermaria no plano de contingência que pode ser ativada, que tínhamos desativado. Vamos reunir para ver se durante o fim-de-semana de três dias que se aproxima teremos de a reabrir por uma questão de segurança. Ficaríamos com 82 camas. É um esforço muito grande”, explicou.

Aveiro tem sido, ainda assim, suficiente para as necessidades sentidas. “Não temos tido necessidade de reencaminhar para outras unidades hospitalares, mesmo nos cuidados intensivos. Pelo contrário, desde 3 de novembro que estamos a receber doentes Covid de Ovar que habitualmente drena para Santa Maria da Feira. Conseguimos ajudar e ficamos felizes com isso, mas nestes momento não está a aliviar”, disse a Margarida França-

Contentores climatizados para apoiar as urgências

Depois de alterações de acessos nas urgências, criando na prática duas urgências, uma das quais para Covid, instalaram-se contentores climatizados para permitir mais espaço e segurança na separação de doentes.

Discurso direto

“Ainda não nos libertámos para o atendimento normal do Hospital, as consultas e cirurgias, etc. Depende como correrem os próximos dias. Pensávamos começar na primeira semana de janeiro a recuperar a atividade programada, agora com esta procura e o que poderá acontecer no próximo fim-de-semana, vamos ver. Depende, vamos ver qual o ponto de situação de início de janeiro. Avaliamos diariamente” – Margarida França, presidente do CHBV.

Primeira vacina em Santa Maria da Feira para enfermeira

Sandra Silva, enfermeira no serviço de Medicina Interna no Hospital S. Sebastião, foi a primeira a receber a vacina contra a Covid-19 por volta das 08h40, refere a reportagem da Rádio Sintonia Feirense.

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