Aveiro / Transportes: Câmara assegura que concessões vão trazer melhorias

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Assembleia Municipal de Aveiro.

Ouviram-se alertas de várias bancadas na Assembleia de Municipal de Aveiro realizada esta terça-feira à noite, em Esgueira, apontando a necessidade de correções no serviço de transporte de autocarros, que passou a ter em agosto, a nível concelhio, além da concessão Aveirobus, carreiras a cargo da Busway, operadora que venceu a concessão lançada pela Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA).

António Nabais, do PCP, sublinhou, especialmente, problemas nas carreiras que servem a população residente em São Jacinto, entre o Forte da Barra, onde atraca o transporte fluvial, e a sede de concelho. A Busway passou a ser responsável pelas ligações de autocarro, que estavam entregues à Aveirobus (grupo Transdev), a linha 13 (direta), agora 36 (com volta pela praia da Barra). “De duas linhas se fez uma, optando-se por prejudicar a população de São Jacinto”, criticou o eleito comunista, falando mesmo em “caos por resolver” devido a “carreiras da manhã por fazer”, “constantes supressões”, chegadas “tardias a casa” dos utilizadores e horários desadequados. “Após 68 anos, São Jacinto foi descartado do concelho e empurrado para o transporte da CIRA”, lamentou.

Rui Faria, do BE, não encontrou melhorias nas alterações introduzidas em Aveiro, onde “os horários dos transportes e de quem trabalha raramente se encontram”, obrigando a ter carro ou fazer “triagem de oportunidades” de trabalho, de acordo com as ligações de autocarro em funcionamento. “Urge adequar a realidade a transportes com preços e horários que realmente sejam úteis”, reclamou, denunciando que são afixados horários sem correspondência de carreiras.

Para Jorge Greno, da bancada do CDS, “é uma boa ideia” retomar uma linha urbana com a ida a zonas não cobertas. No ‘reverso da medalha’, apontou a inexistência de painéis informativos eletrónicos de apoio ao utente nas paragens.

Já o socialista Francisco Picado afirmou-se “intrigado” como empresas internacionais deixam a desejar. “A mobilidade, nomeadamente ao nível dos transportes públicos, continua a não funcionar”, lamentou, subscrevendo a necessidade de ativar um sistema de informação dando conta, a cada momento, das ligações em atividade. Sobre a Aveirbus, disse que a concessão “não está a ser bem conseguida” sem garantir “a mobilidade para resolver um conjunto de problemas que temos”. Relativamente à Busway, admitiu que ainda haja um “período de afirmação”. Mesmo assim, Francisco Picado pediu à Câmara “uma abordagem firme” para exigir o cumprimento do plano de concessão.

Presidente garante qualidade dos transportes, que estão a ser mais procurados

“A qualidade dos transportes públicos vai aumentar”, garantiu na resposta o presidente da Câmara. “Só ao quarto mês conseguimos por ordem na Aveirobus, foi um inferno”, lembrou. “Vamos continuar a trabalhar, estamos no sétimo ano da concessão, vamos apresentar crescimento importantíssimo da Aveirobus. Existem problemas pontuais, mas cada vez há mais cidadãos a usar, sso é um facto”, assegurou, adiantando que a Câmara irá analisar numa próxima reunião “a proposta para aumentar a oferta”, a entrar em vigor “o mais próximo do dia 1 de janeiro de 2024”. Sobre a transferência para a Busway, sublinhou que é uma operação “brutalmente complexa”, acabando com “linhas sem rei nem roque e licenças incumpridas há décadas”. “Agora sabemos tudo, porque tomamos conta. A CIRA é concedente e fiscalizadora”, disse. “Temos vários problemas para resolver, vamos continuar focados em pressionar o concessionário para que se resolvam os problemas e possa atingir o patamar de qualidade definido, em parceria”, vincou Ribau Esteves. Relativamente à antiga linha 13, fundida com a 36 da Busway, recordou que “numa percentagem superior a 50%” as carreiras “andavam a passear o motorista”, garantindo que São Jacinto não ficará com o serviço em falta.

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