
Dois jovens foram condenados por cerca de uma dezena de assaltos a estudantes em Aveiro em penas de cadeia de cinco anos e quatro anos e meio que ficaram suspensas por igual período com obrigações várias, nomeadamente fazer tratamento para toxicodependência e cumprir plano de reinserção social a definir. Terão ainda de compensar os ofendidos num valor global de 2400 euros.
Apesar de praticamente todos os factos terem sido dados como provados, os arguidos, de 16 e 17 anos, beneficiaram da colaboração dada para a descoberta da verdade (assumiram a autoria dos crimes na parte final do julgamento), bem como do regime especial para jovens (16 e 21 anos), que permite a atenuação das penas, e ainda da ausência de antecedentes criminais à data.
A juíza presidente admitiu que a suspensão das penas “não foi uma decisão fácil”, atendendo aos factos em causa, número de vítimas e a “cadência quase voraz” dos assaltos, que só foram travados após a detenção que conduziu os suspeitos a prisão preventiva em março deste ano (medida de coação agora revogada).
O coletivo entendeu, ainda assim, “num derradeiro esforço, dar uma primeira e com muita segurança única oportunidade” dos dois jovens beneficiarem da suspensão da pena. “Se ousarem praticar qualquer crime ou não aceitarem o acompanhamento, a pena será revogado e voltarão provavelmente a ficar em prisão preventiva. Espero que o tempo na prisão tenha sido suficiente para se consciencializarem do que é necessário para preservar a liberdade”, alertou a magistrada, esperando que “a advertência sirva de lição”.
Os crimes praticados pela dupla causaram “alarme social”, especialmente junto de escolas, sendo praticados contra outros jovens, a quem furtavam telemóveis e outros artigos, causando “medo e insegurança” às vítimas.
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