Aveiro: Comércio reabre cauteloso e com poucos clientes, cabeleireiras e barbeiros foram exceção

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Praça Melo Freitas, Aveiro.

Ao fim de sete semanas de encerramento forçado, o concelho de Aveiro viu esta segunda-feira abrirem-se as portas de algumas ‘casas comerciais’ que não estavam abrangidas pelo regime excepcional das atividades essenciais (bens alimentares ou comércio de artigos indispensáveis para o dia a dia) durante o estado de emergência, por força das medidas de contingência da pandemia do Covid-19.

Barbeiros e cabeleireiras foram dos que não hesitaram, depois de tomadas cautelas nos últimos dias, fazendo um esforço para cumprir as recomendações da autoridade de saúde.

Com mais ou menos receios, de parte a parte, não tiveram mãos a medir. Em alguns casos, viam-se clientes a aguardar vez. “Por marcação”, num concorrido salão para homens, no centro de Esgueira, a agenda tinha vagas “só a partir de 14 de maio”.

No entanto, o comércio da Avenida Lourenço Peixinho, no centro da cidade, mostrou-se, em geral, “cauteloso” e as ‘casas’ fechadas ainda permaneceram em clara maioria.

Apesar disso, já se viam senhoras de ‘máscara’ em lojas de roupa a espreitar como param ‘as modas’ e os preços em tempo de pandemia.

Uma excepção, já que os clientes, manifestamente escassearam. O movimento, ainda que maior do que nos últimos dias, era ainda muito reduzido comparado com os dias ‘normais’ pré-covid e a azáfama nesta fase, certamente, tinha outros motivos mais prioritários do que fazer compras.

De resto, ainda há muitas montras vazias à espera de dias mais certos e alguns negócios dão sinais mesmo de não estarem em condições de resistir às consequências económicas da pandemia que levou a isolamento dias a fio. Nos grupos de Facebook, os ‘lives’ foram um recurso a que muitos comerciantes de vestuário lançaram mão.

Entre os que puderam continuar a funcionar, como um oculista, ouve-se que as vendas “não deram para a renda e encargos básicos”. Não se espera tão cedo motivos para afastar a incerteza.

O Covid-19 fez desaparecer da cidade os turistas que fizeram crescer muito a economia local. Mesmo sem perspetiva de que regresse “alguma dessa gente” com vontade de fazer turismo, ontem já abriram ‘casas’ de artigos turísticos na praça Melo Freitas. “Não se vende, faz-se limpezas e espera-se que entre alguém”.

A vendedora ambulante de doces tradicionais e fruta, nos arcos, esforçava-se para cativar clientela com “cerejas docinhas”, arrancando na resposta mais sorrisos do que os desejados euros. “Amanhã prometo que levo”, afiançava uma senhora em passo rápido.

A restauração tem ainda de aguardar até 18 de maio, se correr bem. Quem optou por funcionar em regime de take away continua a ter um aliado muito útil para chegar a casa dos clientes: os estafetas fizeram milhares de quilómetros nas entregas, aproveitando bem a maré.

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