“Perdemos um voto. Mas há votos que vale a pena perder”. Alberto Souto concorda e minimiza as consequências da retirada da confiança política por parte do PS ao vereador Rui Soares Carneiro, mas retoma agora de forma explicita as críticas já deixadas nas entrelinhas após declarações do eleito sobre aspetos das eleições autárquicas envolvendo o PS.
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O cabeça de lista conclui um esclarecimento com 11 pontos divulgado na sequência da reação do eleito garantindo que foi “alheio” à tomada de posição da estrutura local, mas percebeu o alcance: “não se pode confiar em alguém assim”.
Pelo meio, Alberto Souto revela que Rui Carneiro foi por si convidado para ser novamente candidato do PS à Junta de Cacia, mas “não teve a coragem para aceitar, nem a educação” de “explicar porquê” e dá crédito à revelação de Nelson Peralta, do Bloco de Esquerda, segundo qual este partido teria sido abordado pelo vereador para uma lista independente na freguesia de Cacia.
“O Dr. Rui Carneiro não deve ser um traidor cobarde, mas perante estes factos há quem possa legitimamente pensar isso mesmo, sem que esteja a insultar”, escreve o cabeça de lista do PS, denunciando “narrativa de vitimização” montada pelo vereador quando deveria era deixar o cargo na Câmara.
Discurso direto
“Os adjectivos e os juízos deixo à vossa escolha: um vereador que mente não é um homem mentiroso? Um vereador que trai a sua equipa sem qualquer satisfação, não é um mesmo um traidorzeco sem perdão? Um vereador que assim procede não devia pedir desculpa e ter vergonha? Um vereador que assim se prostitui deve hipocritamente pavonear-se pelas redes, como se fosse uma virgem ofendida coberta por um manto de virtudes? Um vereador que assim desprestigia e trai a força política que o elegeu, não devia ter um pingo de dignidade e imediatamente demitir-se?” – Alberto Souto.
Ler comunicado de Alberto Souto.
Rui Soares Carneiro recusa “debater” processos internos para “não prejudicar”
Confrontado com a tomada de posição do candidato do PS à Câmara, Rui Soares Carneiro disse “recusar” debater publicamente “processos internos” para “não prejudicar partidos e candidaturas de quem viu, no meu período de reflexão, uma ‘fraqueza política’ e se apressou a lançar outros tantos convites, que em Cacia todos conhecem”. Além disso, vê “nervosismo” na linguagem empregue, que está “apontada ao alvo errado e que não vai cair”, garantindo que as acusações que lhe têm sido dirigidas podem ser desmentidas.
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