Assembleia Municipal de Aveiro / “Declaração de voto” – Tema livre

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Edifício sede da Assembleia Municipal de Aveiro.
Comercio 780

“Declaração de voto” – Espaço de opinião semanal das bancadas dos partidos representados na Assembleia Municipal de Aveiro.

  • Tema livre.

“Nos dias que correm, a mobilidade dos cidadãos é, a par da maturidade digital e tecnológica, condição essencial ao bem-estar social que caracteriza as sociedades modernas. Com o estilo e hábitos de vida a que estamos hoje submetidos, quer por força de imperativos de ordem profissional quer por questões relacionadas com dinâmicas globais, o modo como alocamos as deslocações que somos compelidos a efetuar, determina, em grande medida (e nalguns casos de forma dramática), a percentagem de tempo que despendemos em movimentos que apenas têm como objetivo a deslocação de uma local para outro.
Obviamente que, no âmbito da mobilidade, podemos contemplar também um exercício de natureza lúdica associada a práticas desportivas e salutares, que contribuem em muito para o nosso bem-estar mental e físico.
Quer seja numa perspetiva profissional ou lúdica, a verdade é que a nossa qualidade de vida está em muito dependente das políticas de mobilidade, relativamente às quais importa não esquecer o decisivo contributo (positivo) que estas podem conferir à forma como cuidamos do nosso planeta. E esta questão pode ser vista numa perspetiva, internacional, nacional ou local. É, pois, esta última que particularmente nos interessa.
Vem este escrito a propósito do anunciado do projeto BUGA 2. Já lá vão quase duas décadas desde que, em boa hora, o executivo socialista que governava o município teve a ideia de implementar um projeto que denominou de BUGA – Bicicleta de Utilização Gratuita de Aveiro. Uma boa prática, a par do que melhor se podia e ainda se pode encontrar por essa Europa fora. Com altos e baixos, a verdade é que o projeto então implementado sobreviveu até aos dias de hoje. Sobreviveu a utilizações mais ou menos frequentes, a atos de irresponsabilidade e vandalismo por parte de alguns utilizadores, a conjunto diversos de peripécias e até a críticas “vernaculares e maldizentes” sobre o facto das bicicletas serem partilhadas. Mas o certo é que sobreviveu!
Eis-nos então chegados ao momento em que somos confrontados com o relançamento do projeto BUGA, agora denominado de BUGA 2, e já com os olhos postos no BUGA 3 (que vem a seguir ao BUGA 2 que ainda não está em funcionamento).
Para além de outras características inerentes ao projeto, saliento o facto de se perspetivar que a utilização de bicicletas passa a ser paga. Por princípio, diria que nada contra. A não ser “dois pequenos pormenores”: o primeiro relacionado com políticas de mobilidade e o segundo com a denominação do projeto.
Se pretendemos reforçar as políticas de mobilidade suave como é o caso de utilização das bicicletas, talvez fosse conveniente manter a gratuitidade da utilização das bicicletas, encontrando outra forma de responsabilizar, controlar e monitorizar a utilização responsável das mesmas (bons exemplos não faltam e nem será preciso sair de Aveiro). Não será boa ideia induzir novos hábitos de mobilidade associando os mesmos a um custo: este poderá ser inibidor da adoção de novos comportamento, servindo esse facto de alibi para que isso aconteça, o que votará o projeto ao fracasso.
Se a utilização deixar de ser gratuita, então estamos perante uma incongruência: O projeto não poderá denominar-se de BUGA 2 porque o G de gratuito deixa de fazer sentido. Proponho assim que o novo projeto se passe a chamar de “buNga: Bicicletas de Utilização Não Gratuita de Aveiro”. Só não estou certo se este acrónimo se reporta a uma política de mobilidade ou a um novo estilo de dança. É que de bailinho, já estamos fartos!” – Francisco Picado (PS)

“Durante a semana passada, o executivo de Ribau Esteves sofreu uma das derrotas políticas mais pesadas dos últimos tempos. Durante anos, perante o aumento drástico dos custos da habitação no concelho, o edil regozijava-se. Era o mercado a funcionar. Agora, com o anúncio da iniciativa privada dos 288 apartamentos a custos controlados em Aradas, Ribau Esteves é forçado a reconhecer que o mercado a funcionar é o inferno para a vasta maioria dos Aveirenses. O próprio reconhece que uma família de rendimentos médios está impossibilitada de viver em Aveiro.
Esta situação não é uma fatalidade. É consequência das políticas do executivo que tem privilegiado os interesses de uma pequena minoria da sociedade que lucra com a especulação imobiliária, contra a vasta maioria dos Aveirenses. Neste contexto, a intervenção e a denúncia do Bloco tem sido uma autêntica pedra no sapato da maioria PSD/CDS. Sentimos orgulho por termos contribuído para esta derrota.
A derrota política inquietou a sede de campanha do recandidato do PSD/CDS. Numa tentativa patética de intimidar o Bloco, Ribau Esteves, ressuscitou o caso Robles (sim, houve incoerência precisamente porque o Bloco tem políticas para impedir a especulação imobiliária. Sim, teve consequências pessoais de demissão. E sim, a especulação imobiliária destrói a nossa vida coletiva e o Presidente da CM tem-na promovido ativamente). Perante a boçalidade, o candidato do Bloco lançou um desafio a Ribau Esteves: vai continuar a mandar bocas ou vai debater políticas de habitação. Até agora, só houve silêncio. Ribau Esteves está com medo de ir a debate?.” – João Moniz (BE)

“O PCP já apresentou algumas propostas que irão compor o programa autárquico da CDU para as freguesias e município de Aveiro. De facto, esta candidatura possui uma vertente e aposta forte nas políticas ambientais, energéticas e de ordenamento do território para Aveiro. Uma das propostas prende-se com a implementação de sistemas de eficiência energética nos edifícios públicos por forma a minimizar o consumo e a pegada carbónica do Município, mas também a aposta na criação de um centro e gabinete específico para o apoio a novos agricultores e outros no acesso aos fundos europeus com o intuito de encurtar os circuitos de produção, comercialização e consumo, ou seja, reduzir a pegada ecológica do Município através da produção e consumo à escala local de proximidade.
Ao longo do contacto e reuniões do PCP com os agentes culturais locais, queremos que haja uma programação cultural em Aveiro bem planeada, diversificada e dispersa no território, por forma a atrair e abranger o maior número de públicos e a sua consequente fixação. É preciso investir no movimento artístico e cultural de Aveiro, envolvere-lo na dinamização dos equipamentos culturais e na construção da própria programação e partilha de novas ideias e acções.
O PCP regista a sua solidariedade com as justas reivindicações dos trabalhadores das Águas da Região de Aveiro, que estiveram em greve no passado dia 11. O PCP e a JCP marcaram igualmente presença e intervenção na 3ª edição da marcha LGBTI+ de Aveiro que decorreu no dia 12, o qual demonstramos a nossa solidariedade e motivação para o combate à discriminação e a todas formas de fobias que ainda perduram na nossa sociedade.” – David Silva (PCP)

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