Assembleia Municipal de Aveiro/ “Declaração de voto”: Futuro da escola Secundária Homem Cristo

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Edifício sede da Assembleia Municipal de Aveiro.
Comercio 780

Declaração de voto” – Espaço de opinião semanal das bancadas dos partidos representados na Assembleia Municipal de Aveiro.

  • O presidente da Câmara anunciou a pretensão de dar novas funções à escola Secundária Homem Cristo, criando uma alternativa. Comentário à proposta ?

“O Dia do Município deveria ser essencialmente destinado a concentrar as nossas atenções nos atos de comemoração e festa por tal efeméride. No entanto, lá apareceu no meio, à boa maneira panfletária, um anúncio sobre um anúncio, apenas com uma inteção: o de lançar a confusão, baralhando os aveirenses com o objetivo de os dividir (talvez para reinar).
Atentemos então à questão com a objetividade possível:
A Escola e o Edifício.
Um edifício oitocentista onde foi instalado o Liceu de Aveiro. Tratando-se do primeiro edifício a ser construído de raiz para instalar um estabelecimento de ensino liceal, não é coisa pouca para o preservar nas funções e implantação que tem atualmente.
Mas as comunidades escolar e educativa, as ativas, em pleno uso das funções, mas também todos quantos são herdeiros deste Património tangível e intangível (conhecimento, ato educativo,…) têm de ter voz no assunto. É um ato de respeito por Aveiro.
A estratégia (para dar outra finalidade).
Está na Carta Educativa? Deveria estar na Carta Educativa (aprovada na reunião 26 de 2019)? O que é esta diz sobre isso?! – sobre projeções demográficas, oferta educativa, redes de oferta formativa, impactos culturais transversais e saídas profissionais e académicas para os próximos anos – isto só para mencionar coisas básicas. Não diz nada! Absolutamente nada! Um vazio completo!
O Partido Socialista de Aveiro, pela voz do seu Presidente e atual Vereador Manuel Oliveira de Sousa (bem conhecedor destas matérias), declarou na altura (e mantém-se): a Carta Educativa é a imposição de uma vontade, coagindo, pressionando, destratando as pessoas que pensam de outra forma, para poder fazer crer à opinião pública que houve um amplo debate e gerado consenso. Se assim não fosse, a publicação das atas do Conselho Municipal da Educação estariam já divulgadas, como foi aliás mais do que uma vez exigido. Não será por acaso que nos índices de transparência, a Câmara de Aveiro segue lamentavelmente no fundo da tabela.
Na mesma apenas se assume uma necessidade (a requalificação dos edifícios), teima-se em fechar escolas e insiste-se na centralização dos Agrupamentos – medida que lança a periferia ao esquecimento, destrói a coesão social e a qualidade de vida do Concelho de Aveiro com um todo.
Exorta-se à competência para assumir, sem medo, a decisão.
Quem tem as competências sobre Educação, não é a Câmara?!
Manobras de diversão, não!
Aveiro e os Aveirenses são demasiado importantes para estarem nas mãos de um homem só!.” – Francisco Picado (PS)

“O PCP apresenta a sua oposição frontal a qualquer ideia ou tentativa de encerramento da Escola Secundária Homem Cristo.
Esta escola constitui um relevante património educativo no Concelho que se projeta na atualidade. De facto, referimo-nos ao primeiro edifício educativo construído em Portugal, logo em 1860. Abandonar este património histórico seria mais uma traição à memória e história da cidade, cortando futuro a este marco.
Por outro lado, a localização central desta instituição é um elemento de vida e animação do centro da cidade, motivo para a fixação de população numa zona em elevado processo de gentrificação e descaracterização.
O encerramento da Homem Cristo representaria uma perda também educativa, com a passagem de cerca de 500 alunos para outras escolas, que ficariam ainda mais lotadas. Para os trabalhadores da Escola, funcionários e professores, o seu encerramento pode significar a passagem à mobilidade e até o despedimento.
Quem se pretende capital europeia da cultura, não encerra escolas nem destrói o seu património.” – Filipe Guerra (PCP)

“Não temos informação suficiente para formar uma opinião definitiva sobre o destino a dar ao edifício da Escola Secundária Homem Cristo. Concordamos que os serviços da Câmara devem sair do Centro Cultural e de Congressos, mas não temos a certeza de que esta será a melhor solução. Reconhecemos a sua potencialidade, especialmente devido à sua centralidade e proximidade com ao Paços do Concelho, aspetos que podem favorecer essa possibilidade. Em relação à opção de uma nova Escola Secundária Homem Cristo (é justo que se mantenha o nome) não somos contra. Sugerimos que o Executivo abandone imediatamente a obra do Rossio, e construa a escola. Estamos habituados a ouvir o anúncio destas propostas de forma avulsa e sempre inseridas em discursos inflamados e a direcionarem animosidade ao governo central, um registo conflituoso que, mais do que imagem de marca desta governação, é reflexo da sua inabilidade para a interlocução com um governo de outra base partidária. Em vez de um negociador impaciente e belicoso, Aveiro necessita urgentemente de uma liderança conciliadora e persuasiva.” – Rui Alvarenga (PAN)

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