Assembleia Municipal de Aveiro / “Declaração de voto”: Atividade cultural

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Edifício sede da Assembleia Municipal de Aveiro.

“Declaração de voto” – Espaço de opinião semanal das bancadas dos partidos representados na Assembleia Municipal de Aveiro.

  • Comentário às iniciativas culturais anunciadas pela Câmara para os meses mais próximos ‘Aqui Verão’, ‘Sala Aberta’ e ‘Cultura Perto de Si’.

“O Partido Socialista reitera o que sempre tem vindo a afirmar relativamente à política deste executivo exercida ao longo de quase 8 anos: a mesma é composta de um somatório de coisas avulsas, sem um fio condutor, quer seja na educação, na saúde, no turismo, no desporto, na mobilidade e também na cultura.
Como sempre temos advogado, é necessário que Aveiro volte a ter uma política de causas que desaguem em efeito, baseada num programa estratégico integrado, consistente e duradouro, elaborado com a participação e envolvimento dos cidadãos e entidades e que aponte para a resolução dos problemas e para a criação de bem-estar dos que nesta terra estudam, trabalham e vivem os seus dias. E assim também deve ser no que à cultura diz respeito.
Já que falamos em cultura, vem a propósito a lembrança de que está em curso a candidatura de Aveiro a Capital Europeia da Cultura, desiderato que certamente todos almejamos que seja alcançado. Mas, mais uma vez, é preciso olhar para esta candidatura com um olhar atento e perguntar se a mesma não constitui apenas mais uma peça avulsa de um puzzle permanentemente incompleto.
Para responder a esta questão, deixo para reflexão as seguintes notas: “duas das brilhantes estrelas que compõem o firmamento” escolhidas para liderar esta candidatura encontram-se neste momento empenhadas em candidaturas autárquicas a ter lugar noutros pontos deste país; a calçada portuguesa tem no horizonte uma candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade junto da UNESCO.
Ora digam lá que a manta de retalhos não está cheia de buracos…” – Francisco Picado (PS)

“Vivemos desde Março de 2020 uma situação completamente anormal no que respeita a espectáculos e manifestações culturais devido à pandemia que desde então nos afecta.
Neste interregno de tempo houve já algumas ocasiões em que, fruto da diminuição de casos de COVID, foi possível a realização de alguns espectáculos, com limitação de lotação, e onde Aveiro respondeu de forma positiva.
Neste momento, apesar de novo aumento do número de casos desta doença, verifica-se através dos dados disponíveis que a gravidade da mesma tem diminuído, fruto da percentagem de população já vacinada, sobretudo naqueles grupos etários mais vulneráveis.
É pois a altura de se retomar aquilo que para todos nós era normal antes da pandemia, e os programas já anunciados pela Câmara Municipal apontam neste sentido.
Compete-nos a todos nós recomeçar a usufruir estes momentos, mantendo todos os cuidados necessários, mas começando de vez a afastar o medo que nos tem vindo a impedir de usufruir daquilo que nos agrada.” – Jorge Greno (CDS)

“A Câmara Municipal de Aveiro limita-se a gerir um calendário de eventos, sem criação de públicos e sem o efeito de originar e formar grupos de criação artística no concelho.
Ribau Esteves é o presidente da comunidade intermunicipal, mas não são conhecidas políticas intermunicipais e integradas na área da cultura (tal como noutras áreas). Aliás, bem pelo contrário. Aveiro quer ser a ilha isolada. Por exemplo, o festival festim vai decorrer em Águeda, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga, Estarreja, Ílhavo, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, Ovar e Santa Maria da Feira. A capital do distrito fica de fora.
Este não é de facto o melhor cartão de visita da Aveiro capital europeia da cultura 2027. Aliás, o executivo municipal escolheu para rosto dessa campanha um quadro do seu partido – sem qualquer ligação à área cultural ou a Aveiro – e candidato à autarquia de Lisboa: Carlos Moedas.
Perante este diagnóstico, consideramos que é preciso uma alternativa. Que a cultura não seja apenas eventos contratualizados que chegam e partem. É importante tê-los, mas falta Aveiro assumir-se integrada na região e com grandes centralidades. Que os equipamentos municipais tenham grupos de criação residentes e permanentes, que haja infraestruturas – como um estúdio de gravação – acessíveis à população. Na essência que a política cultura seja reprodutiva, abrangente, participada e vivida.” – Rita Baptista (BE).

“O PCP considera positivas as medidas que permitam a descentralização da oferta cultural no município, assim como o agendamento de atividades pelo Teatro Aveirense.
Ainda assim, manifestamos preocupação com a continuidade da situação de sufoco em que se encontram diversas expressões do movimento associativo e cultural aveirense, incluindo-se aqui não só os agentes culturais (coletivos ou individuais) mas também os trabalhadores do sector.
Neste quadro expomos duas preocupações centrais. Primeiro, a necessidade de contratar e dinamizar estes agentes culturais locais, apoiando-os e valorizando-os neste momento difícil, e em segundo lugar a necessidade de convocar não só o público aveirense para a assistência, mas também para a sua participação em práticas culturais. Uma política cultural a sério não se constrói apenas com uma agenda de espetáculos (mais ou menos sobrecarregada) mas também e especialmente proporcionando a criação cultural às populações.
Por último, insistimos na necessidade de uma política pública de Cultura em Aveiro que não navegue ao sabor do eleitoralismo, e que não se confunda Cultura com entretenimento.” – Filipe Guerra (PCP)

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