Aveiro / “Declaração de voto”: Eleições para a Presidência da República

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Edifício sede da Assembleia Municipal de Aveiro.
Comercio 780

“Declaração de voto” – Espaço de opinião semanal das bancadas dos partidos representados na Assembleia Municipal de Aveiro.

  • Comentário aos resultados das eleições para a Presidência da República / Perspetivas para o novo mandato.

“Marcelo Rebelo de Sousa é o grande vencedor destas eleições. Assim como todo o espaço de centro/direita que o apoiou e que ele incorpora.
Neste segundo mandato, esperamos um Presidente mais activo e mais atento e preocupado com a real situação do País, que é uma situação complexa e difícil em termos económicos, sociais e sanitários.
Os grandes derrotados são a esquerda e a extrema/esquerda, começando no grupo mais à esquerda do Partido Socialista personificado em Pedro Nuno Santos, o qual quis marcar uma posição para o futuro e saiu claramente derrotado.
Também a extrema-esquerda teve resultados muito baixos, muito aquém dos esperados, de realçar o muito fraco resultado da candidata do BE.
Para terminar esta análise direi que é chegado o momento do PSD dar corpo a uma oposição mais forte liderando o centro/direita, canalizando assim a vontade de mudança que o País e os Portugueses precisam.” – Manuel Prior (PSD)

“As eleições Presidenciais 2021 seguiram dentro do que é a visão e determinação do PS para Portugal num contexto tão difícil que estamos a viver: dar continuidade à estabilidade política.
O Presidente da República (reeleito), Prof Marcelo Rebelo de Sousa, foi, no primeiro mandato, garante institucional, mas também ator fundamental para que os vários desafios políticos fossem atingidos, fossem cumpridos. A pandemia marcou tudo o resto. Se antes já se impunha este reconhecimento, em 2021 era imperativo, em total liberdade de voto, o Partido Socialista, a que o Governo pertence, fosse politicamente responsável e dar um sinal inequívoco que o país precisa dessa estabilidade.
Se não havia grandes dúvidas sobre o sentido de voto de Portugal, como largamente ficou expresso, as candidaturas apresentadas deram ao país sinais de realidades sociopolíticas que expressam a pluralidade de correntes, pensamentos e bases ideológicas. Todas elas foram importantíssimas para ler as sensibilidades de Portugal e tirar profundas ilações.
E, por fim, mas de elevadíssima importância, em circunstâncias difíceis, os portugueses demonstraram uma vontade forte de realizar com elevadíssima dignidade o cumprimento de todos os deveres cívicos, desde o envolvimento como agentes eleitorais ao ato de exercer esse valor maior da cidadania comprometida: votar.” – Francisco Picado (PS)

“Uma primeira análise das eleições presidenciais que hoje decorreram vai para os números da abstenção.
No concelho de Aveiro o número de votantes foi praticamente igual ao das eleições de 2011, que são as que, na minha opinião melhor comparam com as de hoje, por se tratar de uma segunda volta e com um candidato tido à partida como vencedor, mas, comparando com 2016, a quebra é de cerca de 2.000 eleitores. Tendo em consideração a crise pandémica que vivemos, trata-se de um número muito bom e que comprova o interesse dos aveirenses nos processos eleitorais.
A nível do território nacional o número de votantes diminuiu, mesmo quando comparamos os números de 2021 com os de 2011, resta saber se por culpa da pandemia, o que é compreensível, ou se por desinteresse dos eleitores, o que não é bom para a nossa democracia.
Relativamente aos resultados, em Aveiro, Marcelo Rebelo de Sousa aumenta o número de votos comparando com 2016 e consegue igualmente um resultado melhor do que o que Cavaco Silva tinha conseguido em 2011. Não há dúvidas sobre a opção política dos aveirenses.
Quanto aos restantes candidatos, os factos mais relevantes são a descida brutal da votação candidata do Bloco de Esquerda, e também o número de votos conseguido pelo candidato do Chega, que nos obriga a uma reflexão e a um trabalho político para fazer com que este resultado tenha sido conseguido apenas motivado pela situação particular que o país atravessa neste momento.
No resultado a nível nacional, a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa era esperada e o resultado obtido foi próximo dos números que as sondagens anteciparam.
Há uma derrota estrondosa das esquerdas radicais, nomeadamente naqueles que eram historicamente os seus redutos mais fiéis, mas há uma subida preocupante da direita populista, que usa um discurso simples, não sustentado, mas cativante para uma faixa importante da população portuguesa.
Uma última palavra de agradecimento para todos aqueles que com o seu trabalho, quer na preparação do acto eleitoral, quer na participação nas mesas de voto, contribuíram para que no meio da anormalidade que atravessamos, este tenha sido um dia eleitoral normal.” – Jorge Greno (CDS)

“O resultado da candidatura de Marisa Matias fica aquém das expectativas. No entanto, a campanha foi fundamental ao dar centralidade a questões importantes como o reforço dos serviços públicos em geral e do SNS em particular, a degradação das condições laborais, o aumento das desigualdades, e a urgência da crise climática. Foi uma campanha de ideias para a construção de um país mais solidário e justo, assente nas funções sociais do estado e na redistribuição da riqueza produzida por quem vive do seu trabalho.
Marcelo confirma a regra da reeleição do presidente com uma votação muito expressiva. Temos preocupações sobre as suas posições, nomeadamente sobre o SNS num momento tão crítico como este, mas também sobre a sua visão de direita sobre temas como a habitação e o código do trabalho. Adicionalmente, o resultado da extrema-direita é corolário de um processo de normalização destas forças regressivas, que agora resulta numa reconfiguração à direita e no alargamento do espaço do ódio e da perseguição aos mais pobres.
Estamos de cabeça erguida conscientes da certeza de que as bandeiras da campanha de Marisa Matias são fundamentais para responder à crise social que a pandemia trouxe. Cá estaremos para defender os interesses de quem perdeu o emprego; o reforço dos serviços públicos; e a justiça climática.” – João Moniz (BE)

“O resultado eleitoral, com a reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa, decorre, entre outros, das suas vantagens ímpares a partir do exercício das funções presidenciais, da fabricação de um unanimismo ensaiado suportado num posicionamento promovido e propagandeado metódica e continuadamente. A partir deste resultado, é previsível uma maior proximidade entre o seu segundo mandato e a agenda política da direita, que sempre o apoiou, e que em troca recebeu o seu alinhamento em importantes questões do primeiro mandato.
De resto regista-se o reforço das posições mais revanchistas e reacionárias contra a Constituição, a Democracia e a Liberdade. Um reforço inseparável da sua ligação ao capital e de uma gigantesca promoção no quadro mediático.
A candidatura que o PCP apoiou, de João Ferreira, afirmou os seus objetivos políticos de valorização do papel da Constituição nacional no centro do debate político, sublinhando a sua vinculação à defesa dos interesses do povo, dos trabalhadores, da juventude, dos idosos e dos micro e pequenos empresários. Uma candidatura em defesa dos interesses nacionais, da produção nacional, por um país mais justo e soberano, um projeto de defesa da Liberdade e da Democracia.
Ainda que aquém das necessidades, o resultado eleitoral de João Ferreira, não deixou de refletir o alargamento da base de apoio às suas ideias e princípios, em variados sectores da sociedade. Deixando sementes de intervenção e construção política que importará continuar, convocando todos os democratas.” – Filipe Guerra (PCP)

“A abstenção não surpreende. A eleição à primeira volta de Marcelo rebelo de Sousa também não. É uma vitória clara e, nas eleições presidenciais, é o primeiro lugar que importa. Há várias notas de análise que não cabem neste curto comentário. Não obstante, não podemos deixar de salientar a interessante votação dirigida ao candidato Vitorino Silva, o único que não teve o apoio de uma estrutura partidária com representação parlamentar. Em termos globais, no conjunto de todos os resultados, prevaleceu sem dúvida os moderados e os que combatem os populismos e extremismos, com especial destaque para a importante candidatura de Ana Gomes. Antevemos um mandato difícil, no qual Marcelo Rebelo de Sousa, mais do que enfrentar o momento de extraordinária exigência que o País vive, de procura de convergências e soluções para esta crise pandémica, necessitará de redobrar a sua atenção para a defesa intransigente da Constituição Portuguesa.” – Rui Alvarenga (PAN).

 

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