Centenas de pessoas organizaram-se, 17 cidades participaram numa acção conjunta de chamada de atenção à sociedade: a Vigília Cultura e Artes foi o início.
Por Ivo Prata *
Quando a classe laboral está silenciosa tudo parece estar bem, mas são só as forças que mingam um pouco, é o cansaço da luta que tem de dar espaço à criação, nem que seja de riqueza. Mínima, de sobrevivência.
Neste tempo pandémico assistimos ao emergir de vozes dos trabalhadores do tecido cultural, (com funções artísticas, passando pelas técnicas e de gestão/produção). Todos.
Com as vozes surgiram movimentos de união de seres e pessoas que querem perceber como conseguirão sobreviver mas que também exigem mudança. Na protecção laboral, social, com estatuto próprio.
Centenas de pessoas organizaram-se, 17 cidades participaram numa acção conjunta de chamada de atenção à sociedade: A Vigília Cultura e Artes foi o início.
O cenário não é de agora, mas o confinamento permitiu abrir o pano, subir ao palco e mostrar os bastidores ao público. E ao não-público também.
Este ‘backstage’ não é bonito, não tem estética ou engenho cuidados e a dramaturgia… essa é quase inexistente.
Esperamos por uma reposição. Estamos dispostos a discutir, a voltar à cena. Mas com dignidade. E a tutela, está?
* Actor, arte-educador, técnico e produtor.