Transportes no Entre Douro e Vouga

2000
Estação de São João da Madeira.

Para além da Linha do Vouga, que tem o problema de estar no Entre Douro e Vouga, pois o Ramal de Aveiro está em Aveiro, e lá existe uma câmara que o sabe defender, os transportes rodoviários nesta região são um desastre.

Por Mário Pereira

Sim, é esta a palavra que uso. E não, não penso ser excessiva. Vou explicar o porquê. Começando pelos transportes sobre a alçada municipal.

Os Transportes Urbanos Sanjoanenses, apenas circulam entre as 7 da manhã, e as 7 da tarde. Sr. Presidente, a nossa cidade não começa às 7 da manhã e acaba às 7 da tarde. Muito menos uma cidade industrial como a nossa.

Para além dos trabalhadores por turnos, a cidade tem vida nocturna. E para quem me vem falar do lucro, duas coisas. Primeiro, os Transportes públicos não são para dar lucro. São para servir as pessoas.

Depois temos o exemplo do Luxemburgo, o primeiro país do mundo onde o transporte público se tornou gratuito. Não defendo a gratuitidade total. Mas para fazer as pessoas abandonar os carros, é preciso mais transportes. Olhando, para grandes cidades (e sim, é nelas que temos que nos basear, se queremos que são João da Madeira cresça) há autocarros pelo menos das 5 da manhã até à meia noite.

O que seria perfeito tanto para trabalhadores por turnos, como para a vida nocturna da cidade. Falando nos operadores privados, pecam pelo mesmo. Onde falha o operador privado, tem que ser as câmaras ou mesmo o estado a intervir.

Pelo menos as sedes de concelho, deviam estar ligadas por transportes rodoviários ou ferroviários entre as 5 da manhã e a meia noite, com uma frequência no mínimo de hora a hora. Uma cidade só cresce quando há transportes.

Dando o meu exemplo pessoal, eu detesto profundamente conduzir. É algo que me dá muito stress. Mas conheço pessoas da minha idade ou até mais velhas sem carta de condução.

Muitos idosos preferem o transporte público. A juventude sem carta precisa de se deslocar.

Há uma grande parte da população que não tem transportes e sê vê obrigada a usar o carro.

Numa sociedade do futuro onde a ecologia tem que ser a prioridade, também os transportes públicos o serão.

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