Tecnologias: Tornar a Europa mais atrativa para talentos de todo o Mundo

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Tecnologias.

A Deep Tech Talent Initiative prevê o desenvolvimento de programas de educação capazes de atrair talento em todos os níveis de ensino – do Secundário ao Superior – e no meio empresarial.

Por Paulo Jorge Ferreira *

O Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia apresentou há dias, em Bruxelas, a Deep Tech Talent Initiative, que pretende capacitar um milhão de pessoas nas áreas da inovação tecnológica avançada ou deep tech, nos próximos três anos.

As soluções tecnológicas que combinam os campos da ciência e da engenharia nos domínios físico, biológico e digital são indispensáveis para fazer face aos atuais desafios globais e fazer avançar a transição verde e digital.

Intensificar a produção de conhecimento, acelerar a sua transferência para a sociedade e qualificar mão de obra nestas áreas, mais especificamente em inteligência artificial, biotecnologia, blockchain, robótica, computação quântica ou energias sustentáveis, são objetivos prioritários para uma Europa que tem perdido peso económico e que enfrenta uma crise demográfica.

Não se exploram estas tecnologias sem pessoas, mas as projeções do Eurostat indicam que a população mais jovem continuará a diminuir progressivamente, tal como a percentagem da população em idade ativa. A Europa tem um problema: de acordo com o Talent Shortage Survey 2022, os empregadores continuam com grande dificuldade em preencher cargos qualificados.

Em consonância com a nova Agenda Europeia de Inovação da Comissão Europeia, a Deep Tech Talent Initiative prevê o desenvolvimento de programas de educação capazes de atrair talento em todos os níveis de ensino – do Secundário ao Superior – e no meio empresarial. O objetivo é tornar a Europa mais atrativa para talentos de todo o Mundo, retendo e fazendo crescer o número de trabalhadores qualificados em deep tech e capacitando empresas nestas áreas.

O desafio envolverá vários agentes, desde organizações públicas e privadas, representantes da indústria, investidores e, obviamente, instituições de Ensino Superior (IES). Estas últimas serão um parceiro indispensável na concretização da iniciativa, com um papel decisivo na conceção e implementação de métodos de ensino e aprendizagem capazes de valorizar o talento, promover o empreendedorismo e reforçar as relações com a sociedade.

As soluções que envolvem as IES estão a ser discutidas quer no seio da Rede Europeia de Instituições Inovadoras de Ensino Superior (ENIHEI) quer pelas várias alianças reconhecidas como universidades europeias. Não podemos perder tempo. A competitividade da Europa também depende de nós.

Vale a pena pensar nisso.

* Reitor da Universidade de Aveiro. Artigo publicado no site UA.pt.

NOTA: Este e outros artigos de opinião, entrevistas, mensagens à comunidade, discursos e intervenções de Paulo Jorge Ferreira, Reitor da Universidade de Aveiro, podem ser consultados na página do Reitor.

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