“Só quem não percebe nada de obras é que pede para parar dois ou três meses” – Ribau Esteves

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Rua João Mendonça, Aveiro.
Comercio 780

O PS juntou a sua voz aos operadores marítimo-turísticos que reclamaram uma suspensão dos trabalhos na rua João Mendonça durante o Verão, sensibilizando o presidente da Câmara para os prejuízos e incómodos na atividade turística. O pedido não mereceu acolhimento municipal.

Ana Seiça Neves, vogal socialista, levou o assunto à reunião da Assembleia Municipal (AM) realizada sexta-feira passada. “O PS junta-se aos operadores e comerciantes para sensibilizar a Câmara, que seja diferente das obras da Avenida na altura do Natal. Apesar de terem pedido, foi indiferente, causando prejuízos enormes aos comerciantes, alguns até fecharam”, lembrou.

A deputada socialista manifestou “grande preocupação preocupação” com o arranque da requalificação da Rua João Mendonça, entre a rua Trindade Coelho e a praça Melo Freitas. Uma “zona de grande procura turística por excelência nesta altura do ano”, recordou, o que acontece, em grande medida, devido à “grande procura de passeios” nos canais citadinos, que se tornaram “o principal chamariz de cidade”.

Ana Seiça Neves transmitiu o incómodo criado pelos gradeamentos colocados próximos dos cais de embarque, onde já era habitual criarem-se filas uma vez que os passeios são estreitos. Agora, os clientes “embarcarão no primeiro cais, ficando os restantes operadores com menos”. A socialista fez eco também da “grande preocupação com início obras nesta altura do ano” de lojistas e outros estabelecimentos próximos, uma vez a circulação está limitada agora a acessos pedonais, veículos de emergência e os que são necessários à obra” em curso na rua e no jardim do Rossio.

As obras, sublinhou Ana Seiça Neves, “são inevitáveis mas evitáveis nesta altura do ano para manter turismo e desenvolvimento”, pelo que, na opinião do PS, “dois meses não farão grande diferença nas obras mas grande diferença” na atividade dos agentes económicos locais, questionando, ainda, quais os procedimentos de segurança criados, especialmente para os transeuntes.

Câmara recusa paragem de Verão

“Não se iniciou obra alguma. Estamos no fim da obra, a que chamamos qualificação do Rossio. Já são poucas comparando com o todo”, começou por esclarecer o presidente da Câmara, lembrando que se trata de um projeto com financiamento pelo Portugal 2020 (excetuando a cave de estacionamento), o que obriga a concluir a empreitada este ano para não se correr o risco de perder verbas (3 milhões de euros). O calendário atual da obra aponta para a conclusão no final de novembro.

“Para alguns, tanto faz, levaram a Câmara à miséria. Querem lá saber. Nós temos o maior respeito e não queremos perder um qualquer euro”, afirmou Ribau Esteves. Por isso, a obra “tem de continuar, com toda a intensidade, com a qualidade que tem decorrido, e gerindo a bola relação com a vida. A outros já passou à porta e acabou. Estamos na reta final, falta 70 metros nesta componente”, acrescentou.

O autarca recordou que os operadores marítimo turísticos descontentes, até agora, “só viam a obra a passar”, no caso os camiões. Mas outros tiveram já grande impacto, um mesmo “está escondido pelos taipais desde início”.

Ribau Esteves garantiu “todo o cuidado e profissionalismo da nossa fiscalização e do empreiteiro”, o que vai manter-se “na vida da obra e de tudo, do comércio, operadores, de quem onde já passou” para que os trabalhos decorram “o mais possível compatível” com as atividades do dia-a-dia. A prova disso é que não se registou quebra turística, mas sim novos recordes de afluência de visitantes, o que voltará a suceder em 2023 e se espera prosseguir com o Rossio requalificado em 2024, ano de Capital Portuguesa Cultura.

“Só quem não percebe nada de obras é que pede para parar dois ou três meses”, lamentou o edil, recordando que tal “custaria centenas de milhares de euros”. Além do mais, não parou no ano anterior, quando também perturbou a vida. “Não vale a pena este exercício demagógico”, insistiu, renovando a postura de prosseguir “em diálogo com todos, excetuando com uma das empresas, que só faz asneiras, com quem temos processos judiciais”.

Quanto à segurança, é “garantida em absoluto, cumprindo todas as regras”. De resto, “se há obras fiscalizada pelas entidades inspetivas, Ambiente da CCDRC e ACT, é esta. Mais do que todas as outras obras nossas”.

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