Sever do Vouga: Câmara procura atrair colocação de médicos no Centro de Saúde

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Paços de Concelho de Sever do Vouga (Foto Facebook da Câmara de Sever do Vouga).
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Pressionada na última Assembleia Municipal a reforçar as exigências junto do Governo para a melhoria dos cuidados de saúde primários no concelho, a Câmara lembrou que está a ajudar para conseguir atrair médicos.

Desde há vários meses que as consultas nas freguesias estão reduzidas à extensão de saúde de Couto Esteves, a única que não encerrou por falta de médicos. Talhadas é outra exceção ao panorama local, mas porque a Junta de Freguesia local assumiu os encargos com a vinda de médicos, que atendem fora do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

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O Centro de Saúde de Sever do Vouga também está com médicos em número inferior às necessidades, o que levou a suspender as consultas que funcionavam aos sábados.

José Oliveira, deputado municipal do PS, lembrou que “a saúde é das maiores preocupações” da população local. E embora seja um problema que cabe ao ‘poder central’ resolver, “compete ao poder local diligenciar” junto das entidades estatais “por mais e melhores serviços de saúde”. Numa altura em que “a situação está a degradar-se todos os dias”, o eleito questionou em que ponto se encontra a elaboração de plano de saúde concelhio, que estaria “a decorrer e na parte final”.

O presidente da Junta de Talhadas, António Dias (CDS), mostrou descontentamento por informações postas a circular na sua freguesia dando conta da reabertura da extensão de saúde, levando utentes a deslocarem-se às instalações, desmarcando consultas com o médico contratado, e continuam a encontrar as portas fechadas. “As pessoas têm sido enganadas”, lamentou, pedindo que seja colocado um “aviso a dizer que não há médicos”.

Nos esclarecimentos, o presidente da edilidade, não confirmou a esperada notícia da colocação de mais médicos de família no concelho. “A responsabilidade ou competência na saúde não é seguramente da Câmara. Todos reconhecem que o Estado, o Governo, está a falhar em todos os aspetos. Não compete às Câmaras legislar ou contratar médicos”, afirmou.

Pedro Lobo deixou um alerta para “a contratação ilegal de médicos”, em referência à iniciativa da Junta das Talhadas, adiantando que até causou problemas à ação do município. “É algo que efetivamente apenas dificulta as negociações” que estão a ser mantidas com Ministro da Saúde, a Administração Regional da Saúde do Centro e o Agrupamento dos Centros de Saúde do Baixo Vouga.

“Sinceramente acho que não resolve absolutamente nada, porque contratar médicos que a única coisa que podem fazer é passar receitas, sem ter acesso, como gostaríamos e exigimos, ao SNS, isso acho que não vale de nada. Serviu apenas para inflacionar os preços dos médicos com quem estávamos a negociar para virem para o Centro de Saúde, a quem a Câmara teria de suportar algumas despesas. Agora, perante os preços que estão a pagar, exigem muito mais, o que nos dificultou muito as circunstâncias”, lamentou o autarca.

A Câmara tem negociado a contratação de profissionais para colocar no Centro de Saúde, subsidiando algumas despesas de forma a garantir cuidados de saúde primários. Há um médico já acordado, faltando ‘luz verde’ da tutela. Caberá, depois, ao diretor do Centro de Saúde atribuir-lhe as funções que entenda necessárias. Adicionalmente, foi negociado com os serviços do Ministério da Saúde a abertura de uma vaga para assistente graduado superior, procurando, com um nível salarial superior, atrair um profissional para exercer medicina. A falta de médicos em Sever do Vouga deverá agravar-se, uma vez que há mais um clínico prestes a reformar-se. Em sentido contrário, é esperado o regresso de um médico que está de ‘baixa’. No entendimento camarário, o facto do Centro de Saúde local funcionar com o modelo Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) torna-o menos atrativo do que as Unidades de Saúde Familiar (USF), nas quais se praticam remunerações superiores.

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