Ria de Aveiro vai receber um moliceiro e um mercantel construídos de raiz

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Mestre Marco Silva, à direita.
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A construção de novas embarcações tradicionais da Ria de Aveiro deu um forte impulso, contrariando, assim, a tendência de declínio que esteve instalada nos últimos anos.

Depois do bota baixo recente de um barco moliceiro construído de raiz em Pardilhó, Estarreja, o “Presidente” – propriedade da empresa de animação turística ‘Terra d’água’, com sede na Murtosa -, as boas notícias não ficam por aqui.

O concelho ribeirinho “dará, em breve mais um barco moliceiro tradicional à Ria de Aveiro”. O “Conquistador”, como virá a ser batizado, “está a ser construído, com recurso a técnicas tradicionais”, pelo mestre Marco Silva na Torreira.

Anúncio feito pela Câmara da Murtosa, que possui na sua frota municipal também um moliceiro, atualmente a beneficiar de manutenção.

A nova embarcação, construída de raiz, é propriedade de Márcio Nunes e Domingos Mole, dois cunhados naturais e residentes na Murtosa.

O aparecimento do “Conquistador” é considerado pela edilidade murtoseira “um motivo de regozijo, na medida em que representa mais um passo na preservação do barco moliceiro”, que os locais apelidam como “a mais bela embarcação do mundo. Além disso, projeta a Murtosa “enquanto território que é, simultaneamente, o Coração da Ria e a Pátria do Moliceiro.”

A construção do “Conquistador”, sublinha o município, “consolida a tendência de aumento do número de moliceiros tradicionais, com capacidade para navegarem à vela em ‘ria aberta’, depois de um período de acentuado declínio.”

Antecederam o “Conquistador” as embarcações “Marco Silva”, de Marco Silva, em 2015, “Um Sonho”, de José Rebelo, em 2016, “Ferreira Nunes”, de António Nunes, em 2018 e “O Presidente” da empresa Terra d’água, já este ano.

O mestre construtor Marco Silva e o mestre pintor, José Oliveira estão envolvidos também na finalização de um barco mercantel encomendado pela empresa de Aveiro ‘Incrível Odisseia’, que se dedica à atividade marítimo-turística.

A embarcação tradicional, a maior das que navegam na Ria, era usada para transportar sal das marinhas sem acesso pedonal, possuindo 18 metros de comprimento e 3,20 metros de ‘boca’.

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