Renovado jardim-praça Rossio em pleno a partir de 1 de fevereiro

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Pouco mais de seis anos volvidos sobre o lançamento do concurso de ideias, e após a vencer cerca de uma dezena de processos judiciais, foram inauguradas as obras de renovação do Rossio, incluindo o parque de estacionamento subterrâneo, da Rua João Mendonça e da Praça General Humberto Delgado (ou rotunda das ‘Pontes’), as quais implicaram um investimento da ordem dos 20,5 milhões de euros.

Por Manuel Cardoso Ferreira

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No próximo dia 1 de fevereiro deverá entrar em pleno funcionamento toda a estrutura rodoviária do renovado Rossio, com a abertura dos arruamentos e do parque de estacionamento subterrâneo ao tráfego automóvel. Na cerimónia de inauguração, que contou com as intervenções dos presidentes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro e da Câmara Municipal de Aveiro, Isabel Damasceno e Ribau Esteves, respetivamente, o autarca aveirense historiou a evolução da obra, desde o lançamento do concurso de ideias, ocorrido em 2017, até à inauguração do passado dia 7 de janeiro de 2024, passando pela apresentação do projeto final (do gabinete de arquitetura ARX, vencedor do concurso de ideias) e pelo período em que decorreram as obras no terreno (2021 / 2023), após o lançamento de dois concursos de empreitada.

Durante esse período, em que houve forte contestação ao projeto, em especial à supressão do arvoredo existente e à construção do estacionamento subterrâneo, a autarquia aveirense foi alvo, no dizer do seu presidente, de uma dezena de processos judiciais, os quais “ganhámos todos”.

Mais 3,1 milhões de euros de obras complementares

Em termos financeiros, Ribau Esteves apontou alguns números, começado por recordar que o valor da contratação da obra era de 11,7 milhões de euros, a que se somaram mais 3,1 milhões de euros de obras complementares não previstas inicialmente. No entanto, a crise económica que provocou um surto inflacionista levou a uma revisão orçamental da ordem dos 4,5 milhões de euros, cerca de 22%. A estes valores somam-se ainda 1,2 milhões de euros referentes ao IVA, o que totaliza um investimento total de cerca de 20,5 milhões de euros.

Em termos de receitas, o edil de Aveiro referiu os dois milhões de euros oriundos de fundos comunitários, e os 2,5 milhões de euros avançados pela empresa que, durante os próximos 40 anos, tem a concessão do parque de estacionamento subterrâneo do Rossio e também o parque do Mercado Manuel Firmino. Assim, o investimento municipal ficou em 16 milhões de euros.

“O que ganhámos” com o novo Rossio?

Ribau Esteves perguntou “o que ganhámos” com o novo Rossio? Em resposta, enumerou vários melhoramentos, entre os quais, o bar esplanada da nova casa de chá; um novo parque infantil com área relvada para usufruto das crianças; a construção de infraestruturas que permitiram retirar “o cano preto das pontes” e equipamentos adjacentes, que agora estão em zona subterrânea do Rossio; uma nova rede de águas pluviais e de resíduos sólidos urbanos; uma bateria de sanitários, situada junto ao parque de estacionamento subterrâneo mas de acesso livre, estrutura que não existia no antigo Rossio; nova rede de iluminação pública que torna toda a área mais iluminada e segura à noite.

O parque de estacionamento subterrâneo é outro dos “ganhos” apresentados pelo autarca, que realçou o facto de ter ventilação natural, o que evita o uso de turbinas de ventilação.
Também a obra permitiu um ganho de mais de 20% do número de árvores em relação ao anterior coberto arbóreo. A isso juntam-se ainda passeios pedonais mais largos, redução da largura da faixa de rodagem para os automóveis e a criação de ciclovias dedicadas. Igualmente, Aveiro passou a dispor de uma ampla praça para a realização de eventos, a que se junta ainda “salão” de eventos que é o próprio parque de estacionamento subterrâneo, no qual decorre, até ao dia 9 de janeiro, uma exposição de automóveis clássicos e de superdesportivos.

Parque de estacionamento do Rossio (inauguração). Foto partilhada por Valentim Cruz no seu Facebook.

Espaço museológico e ruínas

Por proposta do arquiteto Nuno Mateus, da ARX, o projeto incluiu a museulização das ruínas da antiga capela de S. João, templo construído no século XVII e derrubado no período imediato à implantação da República. Junto a esta ruína, e anexo ao parque de estacionamento subterrâneo, foi criado um espaço museológico: o Centro Interpretativo da Arqueologia e História do Rossio (CIAHR), que apresenta a evolução urbana e histórica da zona do Rossio, desde os tempos em que toda essa área era marinhas de sal, até à construção do novo Rossio, com especial enfoque na capela de S. João.
Em destaque no CIAHR está uma maquete do renovado Rossio, que mostra as “estacas” que sustentam toda a obra, com cerca de 30 metros de altura. Junto às ruínas, uma outra maquete recria a antiga capela de S. João.

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‘Pontes’, Aveiro (foto de André Neto partilhada no seu Facebook).

‘Pontes’ e Rua João Mendonça

Com a inauguração do Rossio, ocorreu também a inauguração das renovadas Rua João Mendonça e da Praça General Humberto Delgado (‘Pontes’). Nestas duas artérias, Ribau Esteves destacou o aumento do espaço reservado aos peões, com a construção de largos passeios pedonais junto ao Canal Central e aos edifícios. Nas “Pontes” foram montadas pequenas bancadas para permitir aos transeuntes o usufruto visual dos canais da ria e área envolvente, com destaque para os imóveis “Arte Nova” e para a antiga Capitania.

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“Projeto contraria as melhores práticas de intervenção na cidade” – PS de Aveiro

“Quanto ao propósito, reiteramos que o jardim do Rossio carecia de intervenção e que esta se tornou premente pela negligência a que o mesmo foi sendo sujeito nos dois últimos ciclos de governação autárquica em Aveiro, nos vários mandatos de aliança PSD/CDS. Lamentamos que, a reboque desta necessidade, se tenha concretizado o parque de estacionamento subterrâneo. No que se refere à conveniência, o projeto contraria as melhores práticas de intervenção na cidade” – Posição do PS de Aveiro divulgada a propósito da inauguração do Rossio (continuar a ler mais).

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