Quercus relaciona incêndios com “falta de ordenamento e monoculturas florestais”

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Vigilância florestal no Caramulo.

A Quercus diz que o distrito de Aveiro está a ser “severamente afetado” pelos incêndios florestais “devido à falta de ordenamento do território e monoculturas florestais”.

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O Núcleo Regional de Aveiro da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza recorda, numa tomada de posição divulgada esta terça-feira, que “tem vindo a alertar sucessivamente ao longo dos últimos anos para a problemática ocupação do território”.

Os ambientalistas ‘aponta o dedo’ às “vastas monoculturas de eucalipto junto de aglomerados populacionais e o perigo dos incêndios rurais graves”.

“Na última década a recorrência do ciclo de incêndios tem aumentado com destaque para os concelhos de Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga e Águeda”, lembra, também, a Quercus identificando no concelho de Albergaria-a-Velha, junto da A1, A29 e A5 “eucaliptais sem descontinuidades, ardidos em regeneração e rearborizações novamente até junto das autoestradas e outras estradas.”

Segundo o Núcleo Regional de Aveiro, nos grandes incêndios o comportamento do fogo “tem uma propagação também por projeções de materiais incandescentes, nomeadamente no eucalipto que provoca novos focos secundários a distâncias consideráveis, dispersando os meios de combate que não podem acorrer a todos os focos.”

Os “impactes são vários”, apontando-se a destruição da floresta e fauna associada ou a contaminação do ar, que provoca problemas respiratórios até populações afastadas dos locais dos incêndios.

Para a Quercus, “a perturbação ambiental, social e económica deve pesar para alteração das políticas públicas que evite estas situações novamente.”

Contrariamente ao cenário atual, os ambientalistas defendem que a ocupação dos espaços florestais “deve ser diferente com a diversificação das culturas, nomeadamente recorrendo a plantações com espécies de folhosas autóctones mais resilientes ao fogo, como os carvalhos, sobreiro, medronheiro, freixo e castanheiro.”

Embora as autarquias tenham a obrigação legal “de elaborar e cumprir os planos municipais de defesa de florestas contra incêndios e os planos operacionais municipais”, a Quercus diz que “algumas continuam a negligenciar a sua aplicação e o cumprimento das ações de fiscalização definidas para a defesa da floresta”, quando “o paradigma tem que ser alterado com reconversão da paisagem para usos mais sustentáveis e com menor risco para as populações”.

“Manifestamos solidariedade com as vítimas destes incêndios e as suas famílias, esperando que existam mudanças para que não se repitam estas tragédias”, conclui a direção do Núcleo Regional de Aveiro da Quercus.

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