Problemas ambientais requerem soluções holísticas

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"Da Natureza das imagens", Paulo Ribeiro Baptista.
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Um Engenheiro do Ambiente aborda os problemas ambientais de forma integrada nas suas dimensões ecológica, social, económica e tecnológica, com vista a promover a qualidade ambiental, o desenvolvimento sustentável e a valorização e gestão eficiente dos recursos naturais.

Por Alexandra Monteiro *

“We cannot solve our problems with the same thinking we used when we created them.” Albert Einstein

O ambiente está em todas as matérias, disciplinas, áreas de estudo e de trabalho. Do design, à economia, da saúde à engenharia, passando pelas ciências naturais e sociais! Já estranhamos quando o objetivo de um projeto, de uma ideia ou de um negócio, não tem a sustentabilidade ambiental como bandeira.

Mas ao contrário do que se faz muitas vezes, é rara a solução de um problema ambiental não requerer uma estratégia integradora. Resolver um problema concreto num compartimento ambiental, origina, na maioria dos casos, outro problema (impacto) ambiental. São vários os exemplos a partilhar. Quando, por exemplo, eliminamos através de lavagem um efluente gasoso e passamos os poluentes para a água (efluente líquido). Ou quando um resíduo é eliminado por incineração e o problema passa para o ar. Ou, ainda, quando utilizamos fertilizantes inorgânicos ou pesticidas com o objetivo de aumentar a produtividade das colheitas, e acabamos por colocar em risco a nossa saúde, a diversidade funcional do nosso solo e a qualidade dos nossos sistemas de água doce. E isto são apenas alguns exemplos!

É nesta abordagem integrada que a formação em Engenharia do Ambiente se distingue das restantes engenharias e áreas científicas. Um Engenheiro do Ambiente aborda os problemas ambientais de forma integrada nas suas dimensões ecológica, social, económica e tecnológica, com vista a promover a qualidade ambiental, o desenvolvimento sustentável e a valorização e gestão eficiente dos recursos naturais. Ele terá que saber reconhecer, interpretar e diagnosticar impactos ambientais (negativos e positivos), assim como propor soluções integradas e inovadoras, face aos crescentes desafios societais de um mundo em constante mudança.

A Universidade de Aveiro – seguida pela Universidade Nova de Lisboa – foi pioneira na criação do curso de Engenharia do Ambiente, ainda no final dos anos 70. Desde essa altura, muitos foram os Engenheiros do Ambiente formados, e que ocuparam lugares nos mais diversos setores de atividade com projeção nacional e internacional – desde os serviços de consultadoria, regulamentação e gestão ambientais e do território, indústria, administração pública, educação e, ainda, no ensino e na investigação científica. Ao nível desta última componente, a Licenciatura em Engenharia do Ambiente da Universidade de Aveiro favorece o desenvolvimento de competências para o prosseguimento dos estudos para cursos de Mestrado e Doutoramento em temáticas com cada vez maior relevância internacional, incluindo a agro-alimentar e florestal, a adaptação e mitigação das alterações climáticas, o restauro de ecossistemas terrestres e aquáticos, a valorização de resíduos e energias renováveis, entre outras. Já no setor privado, esta formação deu origem à criação de empresas em áreas ambientais, até essa altura inexistentes.

Apesar de ser um curso já com mais de 40 anos de existência, continua a ser uma formação indispensável para o mundo em que vivemos (e a prova disso é a sua elevada empregabilidade!), já que os problemas ambientais continuam a existir, com novos paradigmas, mas também novas soluções, onde a economia circular e a ciência cidadã são excelentes exemplos disso.

* Investigadora CAO / CESAM Artigo publicado originalmente no site da Universidade de Aveiro.

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