
Museu da Cidade apresenta trabalhos assinados por 17 oleiros, entre muitas outras de autores desconhecidos.
Por Manuel Cardoso Ferreira *
José Augusto e Felica são dois dos muitos artistas aveirenses que perpetuaram, no século XXI, a qualidade dos barristas que fazem de Aveiro um marco na arte da olaria portuguesa, e que nesta cidade é uma tradição com mais de meio milénio, como se pode comprovar com uma visita à exposição “Barristas de Aveiro – Séc. XVI a XIX”, que se encontra patente ao público no Museu da Cidade (de Aveiro) até ao próximo dia 21 de setembro.
Joseph Dias (dos Santos), no século XVIII, e Pedro Serrano, na centúria seguinte, são dois dos nomes que deixaram belas e artísticas obras feitas em barro, tal como o fizeram alguns outros barristas que, por motivos diversos, não alcançaram a mesma notoriedade, havendo mesmo vários oleiros que não assinavam os seus trabalhos, ficando para sempre no anonimato.
Desses muitos artistas que ao longo de quatro séculos (dos anos de 1500 até ao limiar de 1900) contribuíram para fazer da olaria uma fonte de promoção de Arte e Cultura na região aveirense, podemos apreciar as suas peças, que vão da olaria artística quase utilitária até a requintadas obras de arte, uma das quais integra a coleção do Museu Nacional de Arte Antiga, a qual é um S. Sebastião, da autoria de Joseph Dias (dos Santos), datado de julho de 1729.
A par de esculturas, sobretudo de cariz religiosa, encontram-se artísticos presépios e calvários, bem como obras tão diversas como “alminhas”, peças decorativas para telhados (como uma telha com porco, que esteve no palácio dos Viscondes de Santo António, moldes, relevos, entre muitas outras formas.
Dos barristas que assinaram as suas obras, executadas entre os séculos XVI e XIX, na exposição estão patentes as assinaturas de 17 oleiros, ainda que muitas das obras expostas seja de autores desconhecidos.
Apesar de, nesse longo período de quatro séculos, se terem produzido louças artísticas e utilitárias, sobretudo faiança, no atual território aveirense, a que, no século XIX, se começou a juntar a azulejaria, tanto de padrão como de painéis artísticos, esta exposição é dedicada aos barristas artísticos.
As peças expostas são originárias de coleções públicas, com destaque para os museus aveirense e para o Museu Nacional de Arte Antiga, e privadas.
* https://www.facebook.com/manuel.cardosoferreira.5
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