‘Olhar por Dentro’: O que é possível descobrir, em Ílhavo, sobre Ílhavo

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'Olhar por dentro' (23 Milhas, Ílhavo).
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O poeta e cardeal José Tolentino de Mendonça afirma que “olhar o interior é vislumbrar o infinito”. É uma afirmação que se coloca, ela própria, à disposição de muitos olhares, possuindo em si inúmeras possibilidades de leitura. O que queremos dizer, em primeiro lugar, quando falamos em “olhar”? Espreitar, contemplar, perscrutar, procurar, mirar por instantes ou ficar para ver.

Por ’23 Milhas’ *

E do que falamos quando, por outro lado, pensamos no interior e no infinito? A zona do país ou o íntimo das pessoas e das casas, o futuro ou o passado dos lugares e das histórias. Se aplicamos a frase ao ‘Olhar por Dentro’, é-nos mais simples entender o que queremos retirar das palavras: ficar para ver, demorarmo-nos a perceber, convocarmos olhares cúmplices, pela sua especialidade ou experiência, para que orientem olhares espontâneos e curiosos.

Foram assim quatro anos de ‘Olhar por Dentro’, um desafio do projeto cultural do 23 Milhas à empresa Talkie-Walkie, para que pensasse e desafiasse especialistas em diversas áreas para pensar o território, mapeá-lo e decifrá-lo.

Ao longo de 20 percursos pela arquitetura ilhavense, que não se limitaram, muito pelo contrário, à arquitetura, dezenas de especialistas partilharam o seu olhar, o seu conhecimento e perspetivas com as centenas de pessoas que se juntaram, muitas ilhavenses, outras vindas de outros lugares, mas igualmente entusiasmadas, observadoras e, por fim, arrebatadas com o que é possível descobrir, em Ílhavo, sobre Ílhavo.

Ílhavo é um Município notável não só pelo seu património arquitetónico, apresentando um conjunto de edifícios culturais de arquiteturas distintas, vão desde a época industrial à contemporânea, mas também pelas narrativas e percursos possíveis de traçar a partir de quem aí reside, dos arquitetos que lá projetam, dos caminhos que o tempo e a vontade foram criando.

A partir daquilo que é missão constante do 23 Milhas – desenhar o território -,e do que é a função da Talkie-Walkie- criar experiências e viagens -, estes circuitos mensais viajaram pelo lugar tocando vários pontos: das instalações sanitárias do Cemitério de Ílhavo, projetadas pela M2Senos, à salicórnia que nasce espontaneamente na ria; dos muito célebres e antigos palheiros da Costa Nova, e a sua origem, à muito atual e decisiva postura do Laboratório de Território e Planeamento da Universidade de Aveiro relativamente a uma cidade habilitada a ser percorrida em bicicleta.

As páginas que se seguem são relatos de dias irrepetíveis em que um determinado grupo fez parte da história daquele caminho. Estes percursos são agora eternizados nas vozes ou dos especialistas que os orientaram, ou no olhar permanentemente generoso e atento da Talkie-Walkie. Juntámos-lhes os poderosos olhares de três fotógrafos da região, a quem foi pedido que captassem o que vêem quando são desafiados a olhar. O olhar, sempre. Estas são, por isso, memórias cuja função maior é olhar por dentro, olhar o interior. Este é um livro que olha Ílhavo, ambicionando, sim, “vislumbrar o infinito”.

* Projeto cultural do Município de Ílhavo.

‘Olhar por dentro’.

O lançamento do livro “Olhar por dentro: Percursos da arquitetura de Ílhavo” acontece dia 10 de setembro, às 18:30, na Casa da Cultura de Ílhavo, com uma conversa que junta os convidados Álvaro Domingues, Paulo Morgado, Sofia Senos, Matilde Seabra, Luís Sousa Ferreira e o presidente da Câmara de Ílhavo, Fernando Caçoilo. Segue-se a inauguração da exposição que reúne as imagens dos fotógrafos Bruno Almeida, João Roldão e Pedro Mostardinha (Mais informações).

 

 

 

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