Ódios, maledicências e promessas

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Centro Cívico de Aradas, Aveiro.

As pessoas atentas imbuídas no espírito de exercer a cidadania estão focadas numa vertente de verdade, frontalidade e civilidade, na generalidade não colhem simpatias do poder autárquico instituído pelo simples facto de serem incómodas e perturbarem as suas estratégias políticas.

Por Francisco Labrincha *

Fazendo uma análise retrospetiva sobre a freguesia de Aradas onde resido há 30 anos saliento que o caminho percorrido foi uma tragédia queirosiana, predominou a arrogância, a vaidade, a mentira, a má educação, o défice democrático, a autopromoção e a propaganda contínua, constatações escritas ao longo destes quatro anos, refletem tão só a incapacidade de argumentação aliada a uma maledicência primária.

Em 2014 num diário da capital surgiu a notícia que no ano seguinte arrancaria a obra do Centro Cívico de Aradas, “Câmara requalifica o Centro Cívico de Aradas”, garantias dadas, os anos foram passando e num ápice passamos de anteprojeto, a projeto e agora a concurso de projeto com milhões à mistura.

É pena que questionados em Assembleia de Freguesia presumam uma coisa e aconteça outra, pela razão que pouco ou nada sabem. Os prejuízos causados à sociedade não são reparáveis, nem quantificáveis, perdeu-se a aglutinação da cultura transformando-a na cultura política de outros.

Memórias e ironias do passado, constatações do presente. Parafraseando uma autarca “os tempos que vivemos não se compadecem com experiências e promessas vãs”, boa oportunidade para cerrar os lábios e ter um pouco de memória, os factos desmentem as palavras.

Quem prometeu, quando e o quê? Demagogia feita à maneira… Mais vale tarde do que nunca mas as notícias surgem sempre em épocas sensíveis, a propaganda eleitoral, pois claro.

Em 2017 surgiu a notícia em vários órgãos da comunicação social que a casa onde Eça de Queirós viveu na infância iria ser recuperada, ou melhor a fachada apocalíptica, mais uma vez as experiências e promessas vãs, claro que os cidadãos sabem que alguns autarcas só cortam fitas, não assumem responsabilidades.

O conhecimento profundo que alguns se vangloriam ter da freguesia não se compadece com o respeito pelos valores e direitos democráticos, não caiu no esquecimento a censura que fazem a cidadãos no Facebook da Junta de Freguesia, nem o encaminhamento da queixa por parte do Facebook Portugal à Câmara Municipal de Aveiro com o número # 60633421 ou o # 61234021 entre outras, a aguardar resposta…

É este o conceito democrático de quem nos governa. Percebo agora a autarca que nada sabe mas que proferiu a seguinte frase “a política é em primeiro lugar querer”, faz sentido querer silenciar as vozes. A reorganização de todos os serviços da autarquia foi tão meritório que somente um facto lança uma nódoa nesse desígnio, o simples facto de possuir um livro de reclamações que não estava em vigor e ter atribuído as culpas a um funcionário qualifica com rigor os nossos representantes. Os líderes assumem sempre as responsabilidades.

As denúncias efetuadas em relação às obras do largo do cemitério e da Rua Capitão Lebre quanto aos prazos de execução estilhaçados e aos transtornos causados à qualidade de vida das pessoas sem uma explicação plausível por parte das entidades competentes, vem pôr a nu a falta de planeamento e rigor vigentes, mais uma vez confirmando a evidência à posteriori de lançar a maquinaria em desenfreada laboração porque os votos são importantes e convém manter os cidadãos satisfeitos.

Convém não levantar muita poeira onde ela se amontoou durante meses. Um exemplo de transparência e de elevação política centra-se no modus operandi de um “anel” centralizado numa figura que usa e abusa do seu poder institucional para seduzir e ludibriar cidadãos bondosos com o pretexto de receber o seu apoio eleitoral.
Quando se fazem publicações nas redes sociais de pseudo apoiantes e posteriormente são retiradas, são indícios de abusos graves e até de prováveis ilícitos criminais.

Realmente na política não vale tudo mas para alguns são palavras vãs, já ultrapassaram as “traições” mas ao mesmo tempo criticam a “maledicência dos outros”, a sua vida pessoal, a convivência democrática, no instante seguinte dizem o seu contrário, destilando ódios e sofrendo de amnésia e psicose de perseguição.

A democracia é a partilha, respeito e troca de ideias – igualdade, fraternidade e liberdade. Quem não entende isto, não tem capacidade para assumir cargos públicos.

“Parei de acreditar em palavras e passei a observar atitudes… O comportamento nunca mente!”

E muito mais poderia ter sido dito…
Sinceramente!

* Cidadão da freguesia de Aradas, concelho de Aveiro.

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