O Chega e “as generalizações fáceis”

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Comício do Chega (foto partilhada no Facebook do Chega).

Não sou analista, comentador, ou político com militância partidária, mas custa-me ler, em quem o pretende ser, tamanha asneira.

Por António José Cravo *

Erro muito vulgar decorre das generalizações fáceis em que o sujeito é por hábito “eles” ou “vocês”. toda a generalização é mãe de erros, por vezes fatais.

Vem isto a propósito de publicações recentes em que se confunde o eleitorado do Chega com a sua liderança ou alguns dos seus eleitores. chamar “fachos” aos eleitores do Chega é fácil, é barato, mas só dá confusões.

Vejamos o caso do algarve em 2022 e 2024.

Votos:

2022 – PS : 77.740; PSD: 47.471; Chega: 23.988

2024 – PS : 60.123; AD: 52.885; Chega: 64.228

Vistos os números em valor absoluto é fácil concluir que as perdas do PS e os ganhos da AD ficam muito longe dos ganhos do Chega. ou seja, a grande maioria do crescimento do Chega vem de não votantes em 2022 (pelo menos), de desiludidos. E de desiludidos passam a “fachos” por obra e graça de levianos que acham ter piada fácil.

Não sou analista, comentador, ou político com militância partidária, mas custa-me ler, em quem o pretende ser, tamanha asneira.

É mais fácil pôr etiquetas do que refazer fatos, que o digam os alfaiates e costureiras, e o que é preciso é mesmo rever moldes e métodos de trabalho.

* https://ahcravo.com/

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