
“Construir a Murtosa constitui um desafio permanente e este mandato, que agora formalmente tem o seu início, não é exceção”. Januário Cunha, com vários mandatos de experiência como vereador, assumiu a presidência da Câmara murtoseira, cargo que vinha exercendo antes das eleições autárquicas por força da renúncia do então presidente Joaquim Batista.
O PSD manteve a maioria absoluta no executivo camarário, apesar de perder um vereador (de quatro para três). O PS manteve um vereador (Augusto Leite) e a novidade é a entrada do movimento independente Juntos pela Murtosa (Paulo Amorim).
Para além das contingências associadas à gestão do território, onde 82% é Zona de Proteção Especial da Ria de Aveiro, 80% é Reserva Ecológica, mais de 60% é Reserva Agrícola, para além do Domínio Público Hídrico, o novo presidente apontou na tomada de posse como outro dos “maiores dos desafios” do concelho “os recursos financeiros limitados, inerentes à nossa condição de pequeno município”.
O “sucesso” na infraestruturação da Murtosa, relembrou, “tem sido feito à custa da captação de recursos financeiros associados a financiamentos comunitários, sem os quais, seria muito difícil concretizar muitos dos nossos investimentos”.
Com “a diminuição gradual dos fundos de coesão da União Europeia”, será necessário, alertou Januário Cunha, “pensar estratégias de sustentabilidade financeira, nomeadamente a estabelecer uma priorização ainda mais pragmática do investimento público.”
“Uma terra de pescadores e agricultores”, atividades que ainda possuem “peso muito significativo na economia local”, mas “cada vez mais”, também, “um território atrativo do ponto de vista turístico”.
Depois das perdas devido à emigração, a população residente no concelho ultrapassou a fasquia dos 11.300 habitantes, um incremento explicado pela fixação de pessoas, vindas de outros pontos do país e, naturalmente, à imigração.
“A Murtosa está, incontestavelmente, a passar por uma profunda transformação social, à qual temos que dar uma grande atenção, na aplicação de políticas públicas”, referiu o presidente da Câmara.
Discurso direto
“De nós, os Murtoseiros esperam a responsabilidade de atendermos, sempre, ao supremo interesse da Murtosa, e não que nos percamos em esquemas e arranjos políticos, revanchismos de antanho ou lógicas egóicas de poder” – Januário Cunha.
Região de Aveiro: Defesa dos interesses comuns dos 11 municípios, com particular ênfase na sempre adiada gestão da Ria de Aveiro. “Deve ser a comunidade intermunicipal, ela própria, a entidade que deve superintender a ação sobre a laguna, acabando com o modelo atual em que uma miríade de organismos, muitos deles a partir da longínqua Lisboa, gerem, sem uma estratégia concertada e comum, esta vasto e importante ecossistema”;
Sociedade RiaViva: Trabalhar na implementação de projetos relevantes na defesa das margens e dos campos agrícolas da invasão da água salgada. Gerar o consenso necessário, chamando o saber académico, as entidades estatais e opinião técnica avalizada “para que se projete e implemente um sistema de controlo de marés e de velocidade de correntes, condição fundamental para a sustentabilidade e, arriscaria, para a sobrevivência dos territórios ribeirinhos”;
Classificação do Barco Moliceiro e da arte da carpintaria naval como Património Cultural Imaterial da Humanidade: Será anunciada em meados do mês de dezembro deste ano, “catapultando este incomparável património, assim com o território e as gentes que o dinamizam, para um merecido reconhecimento internacional.”
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