Moliceiro submetido ao ‘Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial’

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Regata de Moliceiros Ria de Aveiro 2022 (Foto da Câmara da Murtosa).

A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro decidiu “submeter” à Direção-Geral de Património Cultural um “pedido de inventariação” do barco moliceiro e da arte da carpintaria naval de embarcações tradicionais da ria ao ‘Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial’.

A pretensão de obter a proteção legal daquela embarcação tradicional da Ria de Aveiro “surge de forma natural, uma vez que nas últimas duas décadas têm sido implementadas, em toda a região, inúmeras medidas – de iniciativa pública, privada e da academia – que permitiram preservar este património”.

A CIRA lembra que no início de 2000, o ex-libris encontrava-se “próximo da extinção”, uma vez que eram escassos os exemplares a navegar como originalmente.

“Na Região de Aveiro olhamos para o barco moliceiro como um reflexo direto da evolução da nossa comunidade, como um autorretrato da nossa adaptação aos novos desafios”, vinca a argumentação das autarquias no pedido de inventariação a analisar pela Direção-Geral do Património Cultural.

A inscrição no inventário nacional, associada a outras “medidas de salvaguarda” em curso, “poderão ser elementos fundamentais para manter vivo o barco moliceiro e a arte da carpintaria naval da Região de Aveiro para as gerações futuras.”

A CIRA já remeteu para a UNESCO uma candidatura do barco moliceiro e a construção naval na Ria a ‘Património da Humanidade’ . O processo sustenta o caráter “altamente diferenciador” da embarcação na cultura ribeirinha a nível internacional.

A “relação tão direta com a comunidade” do barco moliceiro, tornando-se “reflexo da nossa identidade” motivou o pedido de inventariação.

Discurso direto

“Um barco que ‘nasceu para ser agricultor’ (destinado à apanha do moliço), e que hoje se apresenta, também, como ‘turista’, suportando uma das principais imagens de marca nacionais. Mas, o que consideramos mais importante é que, mesmo com a sua adaptação aos novos tempos e às novas necessidades da sociedade, as suas características iniciais, quer da construção, quer da pintura de painéis, são, ainda, respeitadas e mantidas pelos nossos mestres construtores e pintores” – CIRA.

Estaleiro do Monte Branco, Torreira.

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