Mobilidade eléctrica por terra, mar e ar

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Mobilidade elétrica.

Um pouco por todo o mundo há acções no sentido de enveredar para a mobilidade elétrica. Mas a velocidades e com estratégias distintas. Sendo que, claramente, a morte dos motores a combustão não está ainda anunciada. O tema da mobilidade elétrica entrou na ordem do dia e no léxico habitual no contexto da transição energética que se está a viver.

Por Nuno José Ribeiro *

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O sector em que tem uma presença mais forte é os dos transportes terrestres, seja na mobilidade individual, por via de automóveis, patins e bicicletas eletrificas, seja na colectiva, tanto nos transportes como na movimentação de carga.

No plano comercial, os veículos elétricos estão em pleno crescimento com as vendas globais em Janeiro de 2024 a atingirem o valor de 1,1 milhões de veículos novos vendidos.

Esta procura tem sido liderada pela China, Europa e EUA, prevendo-se que o crescimento se mantenha ao longo do corrente ano. Contudo, e apesar de aqueles três mercados liderarem na compra de veículos elétricos, a razão desse mesmo interesse é diferente para cada um.

No caso da Europa, a deslocação do consumidor individual para os elétricos deve-se em grande parte às medidas restritivas aos veículos movidos por combustíveis fósseis que têm vindo a ser adotadas.

Um bom exemplo disso é a decisão tomada pela Autarquia de Paris relativamente aos SUV que pesem mais de uma tonelada e meia. Aquela cidade triplicou a tarifa por hora de estacionamento para os SUV, ficando em 20 euros por hora. As excepções são os veículos de residentes, carros de trabalho e SUV elétricos e ou híbridos.

A medida foi tomada apenas com uma pequena margem no parlamento local, mas reflete o esforço da autarquia para enfrentar os problemas de segurança e ambientais dos veículos de maiores dimensões, penalizando-os em favor de outros de menores dimensões e impacto. Recorde-se que os SUV representam 40% das vendas de veículos em toda a Paris.

A cidade está já a preparar outras medidas, tais como, por exemplo, car sharing, robotaxis tendo em vista diminuir as necessidades de transporte individuais.

Já nos EUA, o aumento da procura foca-se essencialmente nos híbridos e não nos 100% EV. Sem embargo, ainda nos EUA, a tendência é a oposta nos segmentos do rent-a-car e da gestão de frotas.

Os motivos para esta decisão, aparentemente a contra-ciclo são a fraca procura e despesas elevadas de reparação dos veículos elétricos e também financeiras, com a empresa a sofrer um acréscimo estimado em 245 milhões de dólares relacionado com as despesas de depreciação da venda destes veículos.

Vemos assim que o mercado está confuso e que a sua evolução será condicionada pelo equilibro entre as orientações políticas e legislativas e a vontade do consumidor, expressa naquilo que compra e sobretudo no que não compra.

Para esse comportamento também contribui o aspecto prático do abastecimento.

Mas nem só de veículos terrestres se faz a mobilidade elétrica porque num futuro cada vez mais próximo, em especial nas metrópoles densamente povoadas, as deslocações poderão ser feitas por ar.

* Advogado e Pós-graduado em Direito de Energia. Continuar para ler artigo completo na Intermetal.

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