Legislativas 22: Alcançada maioria absoluta inesperada, Pedro Nuno Santos coloca foco na governação

1334
António Costa, discurso de vitória do PS (Legislativas 22).
Comercio 780

“Não podemos dizer que algum de nós estava à espera de maioria absoluta”, assumiu Pedro Nuno Santos, cabeça-de-lista do PS pelo distrito de Aveiro ao comentar nos diretos televisivos da noite o desfecho do resultado das eleições legislativas desde domingo.

O até agora ministro das Infraestruturas e Habitação, que deverá continuar no Governo, é sempre apontado como um dos nomes para a sucessão de António Costa na liderança do PS, o que poderia ter sido precipitado com uma derrota eleitoral.

Um cenário que fica agora adiado com a estabilidade governativa assegurada no parlamento, tirando da agenda qualquer indefinição em torno do cargo de secretário-geral do PS. “Nós já estávamos a contar que nada mudasse desse ponto de vista, trabalhámos para uma grande vitória e quem acompanhou a campanha pelo país sabia que não havia um ambiente de abandono no PS, a questão não se coloca e não há nenhum pressa para ninguém”, referiu Pedro Nuno Santos.

As maiorias absolutas, em Portugal, não são de digestão fácil para os partidos no poder no final do mandato. O agora reeleito deputado por Aveiro não vê isso como um obstáculo a quem pretenda colocar-se na linha da sucessão, mas é um tema que insiste em não abordar em concreto. “Faço parte de uma organização que é o PS. Estamos a governar há seis anos, na nossa opinião, e pelos vistos da maioria da população, estávamos a fazer um bom trabalho, isso é que nos satisfaz. Depois temos mais do que formas de demonstrar aos portugueses que vale a pena confiar no PS no futuro. Agora temos quatro anos para nos focarmos no crescimento do país, para o povo português viver melhor”, disse, mostrando-se “disponível para colaborar com o PS onde o secretário-geral entender”.

Sobre a nova configuração da direita parlamentar, Pedro Nuno Santos vê-a como “o estado em que está a direita portuguesa, ao abrir espaço a que o Chega crescesse. Felizmente a maioria do país é esmagadoramente democrática. Há um problema à direita que felizmente não existe à esquerda”, concluiu.

Discurso direto

“O resultado nacional é uma surpresa. O PSD queria um país em que o mérito fosse premiado, não fosse um país de salário mínimo, um país da subsistência. E não foi isso que o eleitorado votou. Esta questão do salário mínimo condicionou e nesse aspeto é triste. Acho que no distrito o resultado acaba por ser muito influenciado pelo resultado nacional, apesar de termos um deputado. O PS também reforça um deputado. Não era isto que se esperava, defendíamos que era necessário uma mudança e confirmou-se o mesmo rumo. Para quem acreditava em ‘Novos horizontes’ é uma noite de tristeza” – António Topa Gomes, cabeça-de-lista do PSD por Aveiro.

“Foi uma noite feliz. Estivemos na expetativa até ao fim, mas conseguimos. Estamos felizes. Tivemos uma equipa fantástica a trabalhar comigo. Agora é começar a trabalhar noutro sentido, de levar a voz de Aveiro à Assembleia da República. O rumo está bem defenido, vamos defender as nossas bandeiras nacionais sem esquecer os problemas de Aveiro” – Jorge Valsassina Galveias, cabeça-de-lista do Chega por Aveiro.

“O PS provocou uma crise política com o objetivo de conseguir uma maioria absoluta. A estratégia resultou, mas é preciso não esquecer que esta crise aconteceu porque o PS se recusou alterar a lei laboral, reforçar o SNS e acabar com os cortes nas pensões. O Bloco usará sempre a sua força para esses e outros objetivos: combater a precariedade, criar um SNS com futuro e melhorar salários e pensões. O Bloco não desistirá de nada disso” – Moisés Ferreira, Cabeça de lista do BE por Aveiro .

“Face aos resultados finais, há que dar, em primeiro lugar, os parabéns ao Partido Socialista pela vitória obtida. Depois, parece-me importante constatar que o PSD escolheu egoisticamente a estratégia errada: se tivesse optado por não se posicionar ao centro e tivesse tentado agregar a direita moderada, a noite de hoje teria sido bastante diferente. Por último, o CDS teve uma derrota evidente ao não ter conseguido inverter a lógica descendente que o vinha marcando desde 2011, tendo, desta feita, perdido a representação parlamentar. No distrito de Aveiro, a análise que faço é essencialmente a mesma, uma vez que os resultados seguem, mutatis mutandis, a mesma tendência.
Estes resultados, a nível nacional e a nível distrital, obrigam, pois, a uma reflexão profunda sobre o estado da direita em Portugal. É preciso fazer o diagnóstico sobre o que correu mal, pelo menos, na última década, e perspectivar o futuro. De outro modo, a direita moderada continuará a marcar passo e não crescerá” – Martim Borges de Freitas, cabeça-de-lista do CDS.

Artigos relacionados

Legislativas 22 / Distrito: PS repete vitória, Chega elege primeiro deputado / BE e CDS perdem eleitos

Legislativas 22: Projeção da Universidade Católica dá ao PS vitória clara que poderá garantir maioria absoluta (RTP)

(em atualização)

Publicidade, serviços e donativos

» Está a ler um artigo sem acesso pago. Faça um donativo para ajudar a manter o NotíciasdeAveiro.pt de acesso online gratuito;

» Pode ativar rapidamente campanhas promocionais, assim como requisitar outros serviços.

Consultar informação para transferência bancária e aceder a plataforma online para incluir publicidade online.