Regresso a um espaço que continua a extasiar-me. Caminhada curta – cinco quilómetros em passo de passeio – mas suficiente para reencontrar o êxtase.
Por António Garcia *
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O rio Troço (ou Trouço, ou talvez Trouce), que beija Bodiosa-à-Velha antes de mergulhar no Vouga majestoso, esse que transforma a região de Aveiro num labirinto de canais, esteiros, lagunas e rias.
Fui com companhia: uma flor entre as flores. E tudo ganhou outra luz. As cascatas cantaram mais fundo, os moinhos abandonados pareceram sussurrar memórias e até as giestas – atrevidas e libertárias – pareciam abrir-se em saudação.
Sentámo-nos para um lanche simples, no coração da natureza. A paisagem, sempre nova para os nossos olhos, revelou-se ainda mais bela para os meus pelo brilho da companhia. As vistas foram outras, mais íntimas, mais partilhadas. As fotografias, as mais belas, para os exigentes da “coisa”, que me perdoem: ficaram dentro de nós.
Um senão, que nem a doçura da companhia conseguiu atenuar: a poluição lançada pela ETAR local continua, visível e impune, apesar do auto da GNR. A Câmara de Viseu persiste em crimes contra a natureza – cúmplice de um atentado silencioso. Tristeza. E uma pena profunda.
* https://www.facebook.com/antoniotony.garcia.9
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